sábado, 31 de outubro de 2009

Amor em minúsculas

Amor em minúsculas
Francesc Miralles (2006)
Record (288 pág.)

Eu ganhei o primeiro capítulo desse livro na Saraiva.  Achei interessante, especialmente por envolver um gatinho e eu sou louca por animais.
Logo depois, me emprestaram o livro.

Um professor, homem solitário, passa o reveillon sozinho. No dia seguinte, ele encontra um gatinho (Mishima) na sua porta que, sem fazer cerimônia, entra imediatamente em seu apartamento.  Tentando descobrir o que fazer com o gato, ele conhece um vizinho, uma veterinária, encontra um amor de infância, ou seja, sua vida é virada de pernas pro ar.

No entanto, é mais um exemplar da síndrome do "final apressado", ou seja, o começo é bom, bem caprichado mesmo, a sinopse interessante, mas do meio para o fim as coisas vão sem tanto cuidado, como se houvesse pressa em terminar.   Uma pena, como em todos os outros casos afetados pela síndrome.

[terminei em 21/08/2008]

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O gato negro

Le Chat Noir 
E. Allan Poe (1843)
trad. Charles Baudelaire
Librio (91 pág.)

Contos.

Uma coisa estranha é reler uma obra.  O tempo passa e a impressão muda.
Li, a primeira vez, em português, quando criança.  Adorei.
Reli, agora, em francês, muitos anos após... Não tive o mesmo impacto, embora não me lembrasse quase de nada.
Mas são bons os contos.  Leia e me diga qual foi a sua sensação.
[terminei a releitura em 22/08/2008]

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Revisões - 450 exercícios - Avançado

Révisions 450 - Avancé
Célyne Huet / Sandrine Vidal (2005)
CLE (174 pág.)

Quer estudar idiomas? Tome a fazer exercícios, muitos deles, porque a lógica de uma língua não tem nada a ver com a da outra.
Você duvida?  Me diga, então, porque cargas d'água em português árvore é uma palavra feminina: uma árvore, enquanto em francês é masculina:  un arbre e, ao contrário, é o mar (masc.) contra la mer (fem.), la tomate (fem.).... Isso sem falar na regência... no subjuntivo...

Este livro tem a vantagem do CD. Assim, dá para treinar a compreensão, especialmente de expressões muiiiiiiiito parecidas (conte, contes, compte, comte // tout, tous, toute, toutes, etc.).
Quanto aos exercícios, em si, não é dos melhores.  De qualquer forma, c'est fini.
[terminei em 23/08/2009]

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A gramática é uma canção doce

La grammaire est une chanson douce
Erik Orsenna (2001)
Le Livre de Poche (151 pág.)

Dois irmãos naufragam e vão parar na terra das palavras...

Não chega a ser plágio, mas é impossível deixar de lembrar da "Gramática da Dona Benta" de Monteiro Lobato, livro publicado anos e anos antes. 

O autor é da Academia de Letras Francesa, tem um estilo leve, e a narrativa é agradável..
Um pequeno trecho:   "Todo o mundo diz e repete 'eu te amo'. É preciso prestar atenção às palavras. Não as repetir a todo tempo. Nem as empregar a torto e a direito, umas pelas outras, dizendo mentiras. Assim, as palavras se gastam. E, às vezes, é muito tarde para as salvar."

Mas não chego a recomendar não. Prefira o Lobato.
[terminei em 31/01/2008]

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Bom dia tristeza.

Bonjour Tristesse
Françoise Sagan (1954)
Pocket (154 pág.)

Bom livro.  Jovem que leva uma vida despreocupada com o pai, playboy, passa férias na Côte d'Azur, se apaixona por rapaz e se toma de ciúmes pela nova namorada do pai.
A descoberta do amor, da crueldade, da dor e, conseqüentemente, da tristeza.


O filme, com um elenco de primeira (Jean Seberg, David Niven e Debora Kerr), respeita a história, mas o livro ainda é melhor.  


[terminei em 25/07/2007]

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Delírios de consumo de Becky Bloom

Confessions d'une accro du shopping 
Sophie Kinsella (2002)
trad. Isabelle Vassart
Pocket (373 pág.)

Jovem jornalista tem problemas com seu cartão de crédito.  Compra demais e o salário não é suficiente.  Seu armário não dá conta de tantas bolsas, blusas, sapatos, cremes, nem das faturas, contas, cartas de cobrança.
Ela se mete em inúmeras confusões, acaba dando conselhos sobre economia e gestão financeira mas tudo acaba bem.
Não é uma obra de arte, mas é leve, despretensioso e diverte.

Já o filme...
Se há uma coisa que eu não entendo é porque a indústria cinematográfica paga fortunas pelo direito de filmar uma história de sucesso e, em seguida, acaba com ela...
O filme modificou tanto a história que ela perdeu totalmente a graça!  Além do fato que os atores não ajudam...
Leia o livro, mas NÃO veja o filme.

[terminei em 27/06/2008]

domingo, 25 de outubro de 2009

Flui o Sena

Coule la Seine
Fred Vargas (1997/1999/2000)
J'ai Lu (123 pág.)

Não. Não perca seu tempo. Vá direto para "Debout les morts" que, na minha opinião, é o melhor dela.
Esse, composto de três pequenas histórias policiais (Salut et Liberté, La nuit des brutes e Cinc francs pièce),  não demonstra o talento da escritora.  O comissário Adamsberg aparece, mas nem assim.
[terminei em 08/07/2007]

sábado, 24 de outubro de 2009

Um casal comum

Un couple ordinaire
Isabelle Minière (2005)
Le livre de poche (191 pág.)

História de um casamento mal parado que termina em divórcio.  O interessante é que a autora narra o livro todo na pessoa do personagem masculino.
Nada mais.
[terminei em 09/02/2008]

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O diabo veste Prada

Le diable s'habille en Prada
Lauren Weisberger (2003)
trad. Christine Barbaste
Pocket (507 pág.)

O livro é bom, despretensioso, movimentado, mantém o ritmo do início ao fim.  Diversão garantida.
Jovem jornalista que gostaria de escrever em "jornal sério" aceita trabalho em uma revista de moda do mesmo grupo, com a promessa de, passado um ano, poder escolher onde quer ficar.   Só que a chefe (Miranda) é uma megera arrogante e incontrolável, que a trata como um inseto e a explora de todas as maneiras.
Baseado na vida da própria autora, que trabalhou para a Vogue americana.

O livro é bom.  Só que o filme... Ai, ai, ai! Toda a vitalidade foi-se embora juntamente com a trama, totalmente modificada, suavizando a personagem da Miranda e o fim da história. Que pena!  A única coisa boa é a incrível personificação feita pela Meryl Streep. 
Só vi o filme depois de ler o livro, mas já tinha visto fotos de divulgação. Então, para mim, durante toda a leitura, a Miranda tinha a cara da Meryl Streep, fantástica.  Por sinal, quem disse que cabelo branco é feio?
[terminei em 10/04/2007]

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O olho do lobo

L'oeil du loup  
Daniel Pennac (1984)
Pocket Jeunesse (92 pág.)

Lindo livro.
É dedicado ao público infantil, mas fiquei feliz por tê-lo lido. A segunda parte, infelizmente, não acompanha a primeira, mas isso seria quase impossível, já que a primeira é ótima.

Garoto visita zoológico e pára defronte a jaula do lobo. Os dois ficam um em frente ao outro. O lobo com um olho fechado e o outro aberto. O menino fixa o olho aberto do lobo e começa uma viagem...

Na segunda parte, o lobo olha através dos olhos do menino...

Favor preparar a caixa de lenços de papel ... lágrimas e lágrimas.  

A edição que eu li tinha outra capa, mas acho esta muito mais bonita, e não resisti (gostaria de ter comprado esta.).
Recomendadíssimo.
[terminei em 29/10/2008]

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Diário de um gato assassino

Journal d'un chat assassin
Anne Fine (1997)
L'école des loisirs (79 pág.)

Infantil.
Gato narra suas aventuras e como a família que o adotou se revolta contra suas caçadas.  Até o dia em que ele traz para dentro da casa o coelho dos vizinhos, morto.

Muito bom. Garante boas risadas.
[terminei em 19/03/2007]

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O mistério do quarto amarelo

Le Mystère de la chambre jaune
Gaston Leroux (1907)
ebook (348 pág.)

Policial, originalmente publicado em capítulos em jornal.
Mulher é atacada e estrangulada dentro de seu quarto.  Imediatamente, seu pai e outras pessoas da casa arrombam a porta, mas onde está o agressor?  A porta estava trancada, as janelas fechadas com grade...
O jovem Rouletabille inicia, então, uma investigação particular que vai lhe fazer descobrir muitas coisas, além do agressor.
Interessante.

Tem uma continuação: "O perfume da dama em negro".

O autor é o mesmo que escreveu "O Fantasma da Ópera", história que eu ainda não li, mas ficou muito famosa depois do musical.
[terminei em 08/09/2006]

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Grammaire Progressive du Français

Grammaire Progressive du Français
CLE

Série destinada ao ensino da gramática francesa, composta por 3 volumes, atingindo os níveis debutante, intermediário e avançado.   Nas páginas da esquerda, o ponto gramatical é apresentado de forma objetiva e resumida e, nas páginas da direita, há exercícios sobre o ponto que foi estudado.

O único problema é que cada livro foi preparado por autores diferentes, o que fez com que um não tenha nada a ver com o outro.

O primeiro (Maïa Grégoire - 157 pág.) é basiquérrimo, fácil demais, mas se você estiver começando mesmo, nunca estudou nada de Francês, vale a pena.
[terminei em 08/09/2005]

O segundo (Maïa Grégoire/Odile Thiévenaz - 253 pág.) é "nota dez".  Basta esse. Os assuntos são super bem explicados e os exercícios são interessantes e compatíveis com a filosofia da série, ou seja, permite o estudo desacompanhado de professor. Quem está estudando pode se corrigir com o caderno de respostas.
[terminei em 16/10/2005]
 


Seguindo o exemplo dos três mosqueteiros, que são quatro, a série de 3, seguindo o sucesso do 2º volume, contou com um acréscimo, infelizmente sem o carisma do D'Artagnan:
Exercices communicatifs (Maïa Grégoire/Gracia Merlo - 187 pág.) que não tem nada a ver com o segundo, é dinheiro jogado fora.
[terminei em 26/02/2006]



O terceiro (Michèle Boularès/Jean-Louis Frérot - 189 pág.) é o "low point" da série. Chato, enrolado, e os exercícios não possuem respostas únicas, fazendo do caderno de correções uma mentirosa enrolação.  NÃO compre esse.

[terminei em 03/02/2007]

Faça várias vezes o segundo, vai por mim, é melhor.

domingo, 18 de outubro de 2009

Um pouco mais para a direita

Un peu plus loin sur la droite
Fred Vargas (1996)
J'ai Lu (254 pág.)

Policial.  Louis Kehlweiller, um funcionário afastado de um ministério continua suas investigações por Paris, auxiliado por inúmeros informantes.
Um dos pontos de vigia é um banco de praça em frente à casa de um político.  Ele chega no banco em uma madrugada e não consegue ficar ali por causa da sujeira que um cachorro deixou ao lado e da chuva, incessante.
No dia seguinte, chegando ao mesmo local, ele vê, onde o cachorro defecara, um osso humano.
Quem morreu?  Onde? Quando? Qual cachorro esteve ali?
Kelweiller conta com a ajuda de Marc e Mathias, personagens que já tinham aparecido em "Debout les morts" (que também é ótimo).

É o quarto livro da escritora que eu termino.  Gosto muito do estilo dela. Os fatos vão se desenrolando pouco a pouco e, em todos, o assassino era realmente aquele de quem eu  suspeitava. Essa é uma grande qualidade, já que outros escritores, inclusive dos mais famosos, deixam você chegar ao final sem saber o que se passa na mente do detetive e de repente, tudo é revelado, sem mostrar o desenvolvimento da investigação.

Outra qualidade de Fred Vargas é a capacidade de criar personagens realmente reais e apaixonantes.  Ao terminar, a gente lamenta ter chegado ao fim, já cheia de saudades de todos, como se fossem velhos amigos. 
Se você gosta de policial, recomendo.
[terminei em 09/10/2009]

sábado, 17 de outubro de 2009

Como um romance

Comme un roman
Daniel Pennac (1992)
Folio (198 pág.)

Este realmente foi o ano de Daniel Pennac. É o terceiro livro dele lido em 2009!

Este livro é um desabafo de professor, mostrando como os próprios pais são responsáveis pela resistência dos filhos à leitura, já que transformam o que, na tenra infância, era um prazer (ouvir histórias), em uma atividade penosa e desagradável.

Ao mesmo tempo, é um louvor apaixonado à literatura de uma forma geral, mostrando como os livros podem modificar as pessoas e dar um significado especial a, pelo menos, alguns momentos de suas vidas.

Ele formula os direitos do leitor, como o direito de não ler, de saltar as páginas, de folhear, de não terminar um livro, de ler qualquer coisa, de ler em voz alta, de se calar....


Alguns trechos:

"... nós descobrimos uma das funções essenciais do conto e, de uma forma mais ampla, da arte en geral, que é de impor uma trégua ao combate dos homens."

"O estudo foi para mim o soberano remédio contra os desgostos, não tendo jamais tido tristeza que uma hora de leitura não me tenha livrado." Montesquieu

Para quem gosta de ler é bom, especialmente, pela citação de obras e de autores, mas não chego a recomendar.
[terminei em 29/09/2009]

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O réveillon do jovem tsar

Le réveillon du jeune tsar
Léon Tolstoï (1895)
Folio (83 pág.)

Pequeno livro com quatro contos extraídos das Obras póstumas de Tolstoi:
     Memórias de um louco
     Uma alma simples
     O réveillon do jovem tsar
     Assim morre o amor

Tolstoi dispensa comentários e elogios.  Seu texto é de alta qualidade, sempre.

No entanto, a reunião dos contos não foi das mais felizes, já que todos, por exporem a alma e a crueldade humanas, são deprimentes.
Não recomendo. Prefira o Contos e Fábulas.
[terminei de ler em 25/09/2009]

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O jogo do amor e da sorte

Le jeu de l'amour et du hasard
Pierre Carlet de Chamblain de Marivaux (1730)
ebook (93 pág.)

Peça de teatro, comédia de costumes leve, em estilo que, sem sombra de dúvida, influenciou tudo o que veio depois.

Pai combina o casamento da filha com o filho de um amigo.  Os pais, no entanto, querendo respeitar a vontade de seus filhos, concordam que o casamento só será feito se eles assim quiserem.  Marcam, então, uma visita para que eles se conheçam.
Só que o rapaz (Dorante), querendo ter maior liberdade para analisar o comportamento da noiva, troca de identidade com seu valete (Arlequim).
A moça (Silvia), por sua vez, tem a mesma idéia, e troca de roupas e comportamento com sua dama de companhia (Lisette).
Os únicos que sabem de tudo são o pai (Orgon) e o irmão dela (Mário).
O resto é previsível, mas nem por isso menos agradável.
Texto ágil, leve e divertido.
Muito bom.
[terminei de ler em 20/09/2009]

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Na noite do ventre, o diamante

Na noite do ventre, o diamante
Moacyr Scliar (2005)
Objetiva (167 pág.)

Obra encomendada para a série "Cinco dedos de prosa", em que cada livro trata de um dedo da mão.
Este se ocupou do anular e, assim, centralizou a história em um diamante, falando de todas as pessoas pelas quais o diamante passou, no tempo.

Quando li a sinopse, me empolguei muito, porque me lembrou um filme maravilhoso, que eu amo de paixão, chamado "O violino vermelho", que tem como personagem principal, justamente, o violino, que viaja pelas épocas e países. 

Não conto mais sobre a trama, porque qualquer coisa estraga, mas afirmo que é dos melhores filmes que já assisti.  Se você não viu, veja, compre, veja novamente. É imperdível!  Do diretor François Girard, tendo no elenco Samuel Jackson (que dá um show).  Ainda está aí? Corra à locadora!

Voltando ao livro...
O livro começa no meio da história do diamante, quando ele já está incrustado em um anel, na mão de uma mulher pobre na Rússia. Em seguida, o relato volta no tempo, ao Brasil na época dos bandeirantes, segue para a Europa, anda, anda e acaba voltando ao Brasil.
O autor tem um texto áspero mas que prende.  Dei uma folheada quando comprei e não pude largar mais.   Me parece, no entanto, que a obra carecia de um tempo maior para ser burilada, amadurecer ou, utilizando os termos da joalheria, ser melhor lapidada.  Talvez o fato de ter sido encomendada tenha impelido o autor para terminá-la, o que fez com que o final aparecesse antes do momento e a história terminasse sem um fim. 

Resumindo, é menos do que eu esperava pela sinopse e do que poderia ter sido.  Infelizmente.
Mas, mesmo assim, ainda é bom.
[terminei de ler em 19/09/2009]

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Cândido ou o otimismo


Candide ou l'optimisme
Voltaire (1759)
ebook (95 pág.) (http://www.ebooksgratuits.com/)
(as ilustrações, de edições e autores diferentes, estão disponíveis no site: http://ub-dok.uni-trier.de/ausstellung/candide/candide_franz.htm)

Livro de "aventuras" vividas por Cândido, jovem órfão criado em um castelo de um barão, onde recebe aulas do filósofo Pangloss.
O rapaz é expulso do castelo após se apaixonar pela filha do Barão, Mlle Cunegunda e começa um trajeto por vários continentes onde enfenta todos os horrores do mundo: guerras, escravidão, inquisição, assaltos, enganos, violências, orgulho, vaidades, luxúria, etc..
Voltaire, no entanto, apresenta todas estas façanhas em um texto permeado de humor (negro?) que aponta a metralhadora giratória de sua crítica feroz para todos os lados.

O trecho que ficou muito conhecido e é normalmente citado, está no capítulo 19, referente à imagem que está acima, onde Cândido e Cacambo (um de seus companheiros de viagem), na América do Sul, encontram um escravo sem a mão direita e a perna esquerda.  Eles conversam e o negro afirma:  "É a esse preço que vocês comem açúcar na Europa."

O livro também repete o mito do "Eldorado", uma terra de paz e entendimento onde todos são felizes e cobertos de riquezas situada em algum lugar aqui da nossa América.

Muito bom.
[terminei em 19/09/2009]

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Os mortos se levantam

Debout les morts
Fred Vargas (2000)
J'ai Lu (282 pág.)

Policial. Cantora lírica (Sophia Siméonidis) percebe que uma árvore apareceu em seu jardim, da noite para o dia. Não um broto, um raminho, mas uma árvore formada, grande.

O fato a incomoda muito, mas seu marido não dá a menor importância. Ela pede socorro a seus vizinhos, os historiadores à beira da falência, Marc, Mathias, Lucien e o policial aposentado Vandoosler, tio de Marc.
Em seguida, ela desaparece...
A trama é envolvente e os personagens são reais, apaixonantes. Já li vários da escritora mas, para mim, este ainda é o favorito.
Recomendado? Mas é claro!
[terminei em 20/07/2007]

domingo, 11 de outubro de 2009

A princesa de Clèves

La princesse de Clèves
Madame de Lafayette  (1678)
ebook (159 pág.)

Obra clássica da literatura francesa.  
A autora, narrando fatos da corte francesa de um século antes de seu tempo, contrapõe aos costumes devassos e à usual prática da traição, uma personagem (a Princesa de Cléves) que, embora tomada de paixão por Monsieur de Nemours, mantém-se fiel a seu marido, mesmo após sua morte. 

Recentemente, as vendas foram novamente impulsionadas por uma declaração insólita do presidente francês, Sarkozy, que suscitou uma reação imediata em toda a França:  grupos se reuniram em praças para, se alternando, ler em voz alta a história, sempre com uma flor ou lenço amarelos (cor de predileção da personagem, usada pelo Monsieur de Nemours durante um torneio, para homenageá-la).  Os livros passaram a ser vendidos "a rodo", com um "bottom" igual à figura acima.

Ao contrário do Sarkozy, não experimentei nenhum sofrimento, mas grande prazer lendo a obra e a recomendo.
[terminei de ler em 16/09/2009]

sábado, 10 de outubro de 2009

Fazendo as malas

Fazendo as malas
Danuza Leão (2008)
Companhia das Letras (157 pág.)

A autora apresenta, de forma leve e despretenciosa, suas impressões sobre quatro cidades que lhe são queridas: Sevilha, Lisboa, Paris e Roma.

Em um certo momento, ela confessa que adoraria ter alguém que se ocupasse de suas malas, viajando um dia antes, cuidando de despachá-las, para que, ao chegar, encontrasse todas as suas roupas arrumadas e penduradas nos armários.  Detalhe: com todos os cabides virados para o mesmo lado.
Fiquei muito feliz com essa frase. Eu pensava que era a única louca do mundo em querer todos os cabides virados para o mesmo lado!

O livro é leve, curto, a narrativa é apaixonada, e há vários casos interessantes.
[terminei de ler em 25/08/2009]

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Nariz / O Capote

Le Nez / Le Manteau
Gogol (1836/1843)
ebook (86 pág.)

Dois contos mesclando o humor e a crítica com a narrativa fantástica.
No primeiro, um barbeiro encontra dentro de um pão, o nariz de um de seus clientes e faz o possível para se livrar dele.  O cliente, por sua vez, se descobre sem nariz, parte à procura do "apêndice", e o encontra passeando pela cidade...
No segundo, um funcionário público faz um esforço enorme, ficando sem comer para economizar dinheiro para comprar um casaco novo, bem de primeira necessidade em Moscou.  Quando o casaco fica pronto, ele é assaltado...
Excelentes, os dois. Gogol contrapõe o drama mais profundo ao humor negro em uma escrita fluida...
[terminei de ler em 22/08/2009]

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

As pipas

Les cerfs-volants
Romain Gary (1980)
Folio (369 pág.)

História de amor de Ludo e Lila durante a Segunda guerra.

Me foi difícil a leitura, lenta, quase arrastada, imagino que em decorrência do pano de fundo.
O autor é sensível, o título vem do personagem de seu tio, que fabricava pipas, e o texto compara o ser humano a elas, que sempre vão em busca do azul.
Por outro lado, dá destaque à crueldade humana, visível nos alemães invasores, nos franceses colaboracionistas, nos americanos que, para resgatar a França a destroem mais do que todos os anos da guerra, nas pessoas que se voltam umas contra as outras, mesmo após o fim, sem misericórdia, constatando que embora se costume dizer que os atos cometidos foram desumanos, o fato é que, ao contrário, o problema é que tais barbáries são exatamente humanas.

[terminei em 19/08/2009]

Pipi Meia Longa

Fifi Brindacier
Astrid Lindgreen (1945)
Le Livre de Poche (158 pág.)

Este livro fez parte de uma lista dos 100 melhores... motivo porque eu resolvi comprá-lo.
Acho que já estou velha demais... Não consegui ver interesse na personagem que é considerada apaixonante mas que me pareceu somente rude, com hábitos de higiene de causar repugnância.
Talvez, na época em que foi escrito, em que as crianças eram oprimidas... Hoje, tempo em que as crianças mandam nos pais, não tem mais sentido.
[terminei em 14/08/2009]

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Esperando Godot


En Attendant Godot
Samuel Beckett (1949)
(134 pág.)
(Meus agradecimentos à Mediateca da Maison de France pelo empréstimo do livro)

Peça de teatro, em dois atos, representante do teatro do absurdo.
Dois mendigos (Estragon e Vladimir) esperam Godot e falam enquanto isso.

 Desde a primeira representação da peça, se pergunta qual o sentido escondido da obra, o que o autor queria dizer.  Este questionamento se baseia principalmente sobre a personagem (Godot) citada no título e mencionada ao menos 38 vezes na peça.   "Quem é Godot?" pergunta Pozzo no primeiro ato.

Já se suspeitou que o nome viria da junção de "God" (Deus em inglês) com o sufixo diminutivo em francês "-ot", interpretação recusada por Beckett, que afirmava que o nome viria da gíria francesa "godillot, godasse" referente aos sapatos que aparecem constantemente na peça.

O fato é que a associação de Godot com Deus é fortalecida pela profusão de citações e referências bíblicas no texto e às expectativas que os personagens possuem em relação a ele:
"É Godot! Enfim! ... Nós estamos salvos!"; "... este ... Godot ... do qual vosso futuro depende ..."; "- Se nós o deixássemos para lá? - Ele nos puniria.";  "Qual é o nosso papel nisso tudo? - Nosso papel? Aquele do suplicante" e, ainda, "- E se ele vier? - Nós seremos salvos."

O primeiro ato é lento, quase insuportável, o que parece proposital - para marcar o tédio, o desespero, mas o ritmo é mais ágil no segundo.  O cenário mistura a natureza e a intervenção do homem (o meio de uma estrada onde só há uma árvore sem folhas), mas é um lugar isolado, lugar de passagem, onde não se fica para sempre, metáfora da vida.

Minha impressão é que o autor não pretendia apresentar soluções, sendo o texto principalmente um enorme questionamento sobre a existência humana, em todos os seus sentidos.  A primeira frase é representativa, Estragon tenta tirar os sapatos e diz: "Nada a fazer."
A frase retorna, mais tarde, com um sentido mais definido, demonstrando toda a desesperança com relação ao futuro:
            Estragon - Mesmo que a gente mude.
            Vladimir - A gente continua o que é.
            Estragon - Mesmo que a gente se agite.
            Vladimir - O fundo não muda.
            Estragon - Nada a fazer.

E, ainda:  "- ... Diga-me o que é preciso fazer.  - Não há nada a fazer."

Através de diálogos aparentemente destituídos de sentido, Beckett fala de todas as necessidades e preocupações humanas: o alimento (cenouras, nabos, ossos, frango), a vestimenta (calçados, trapos, chapéus), a arte (canto, dança, filosofia), o dinheiro, o sofrimento, a violência, a doença, os pesadelos, o tempo, a morte, o suicídio, a loucura, as relações humanas, a memória, o esquecimento, a necessidade e a solidão.
Os personagens suplicam por ajuda, mas não vêem solução e, quase no fim:
            Estragon - Eu me vou.
            Vladimir - Eu também. 
            ...
            Estragon - Onde a gente vai?
            Vladimir - Não muito longe.
            ...
            Vladimir - A gente não pode.
            Estragon - Por quê?
            Vladimir - É preciso voltar amanhã.
            Estragon - Para fazer o quê?
            Vladimir - Esperar Godot. 


Um menino chega para dizer que Godot não virá mais esta noite, mas que vem amanhã.  Eles tentam, uma vez mais, se enforcar com a corda que sustenta as calças de Estragon, mas ela está podre. As calças caem. O homem não está mais escondido. Ele está nu, como Adão diante de Deus.

Renunciam, então, ao suicídio.
            Então, vamos lá?
            Vamos. 


Mas eles não se movem, explica Beckett.

Pelo tamanho do post, dá para ver que gostei muito e recomendo.

[terminei em 10/08/2009]

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O segredo no Ararat

O segredo no Ararat
Tim LaHaye (2007)
Bestseller (391 pág.)

Ficção. Um professor e arqueólogo, estilo Indiana Jones, procura a Arca de Noé no monte Ararat.
Ao mesmo tempo em que o romance se desenvolve, informações sobre questões arqueológicas são apresentadas, algumas bem interessantes, como um cálculo das espécies animais, as dificuldades para se alcançar determinados sítios arqueológicos, seja pela altitude seja pela temperatura, os cálculos sobre o tamanho da arca, a possibilidade de se criar energia a partir de uma placa de platina, etc.  Lamenta-se, apenas, a falta de indicações bibliográficas.

Quanto à trama, o livro tem momentos um pouco arrastados que, no entanto, se contrapõem a outros de bastante ação, mas não chego a recomendar.
[terminei em 09/08/2009]

Vento Sudoeste

Vento Sudoeste
Luiz Alfredo Garcia-Roza (1999)
Companhia das Letras (210 pág.)

Policial. Um jovem procura o delegado Espinosa dizendo que um adivinho previu que antes do seu aniversário, ele cometeria um crime. Fantasia ou realidade?

É legal, mas o final fica meio no ar...
[terminei em 16/07/2009]

O "Lar doce lar" das preguiçosas

Le Home sweet home des paresseuses
Olivia Toja (2006)
Marabout (272 pág.)

Mais uma bobagem! Dicas de limpeza e arrumação, sendo que a maior parte é realmente óbvia.
Uma coisinha ou outra, no entanto...
você sabia que a distância ideal para se ver televisão corresponde a 4 vezes a medida diagonal da tela?  que enxaguar as roupas em uma solução de vinagre não somente evita que elas desbotem mas também anula a alcalinidade dos sabões, deixando os tecidos mais macios?

[terminei em 12/07/2009]

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Literatura Francesa

Littérature Française
Françoise Ploquin (2000)
Hachette (127 pág.)

Resumo destinado a estudantes de Francês como língua estrangeira (FLE).
Para cada autor, uma foto, um breve resumo da vida, um trecho de uma obra importante e um pequeno comentário.
Interessante, como apresentação.  É como se a gente folheasse livros em uma loja antes de comprá-los. 
[terminei em 06/07/2009]

domingo, 4 de outubro de 2009

O "Esvaziando" está na rede...




Ontem, 03/10/09, este blogguinho foi honrado com um post super gentil da Nélida Capela do Lector in Fabula (http://lectorinfabula.blogspot.com/).

Meus mais sinceros agradecimentos.

sábado, 3 de outubro de 2009

Contos ao contrário

Contes à l'envers
Dumas et Moissard (1977)
L'École des loisirs (67 pág.)

Literatura infantil.
Histórias tradicionais revisitadas.  A madrinha da Branca de Neve é presidente do país,  A chapeuzinho azul, neta da chapeuzinho vermelho solta o lobo do zoológico, A fada mora em um pequeno prédio de apartamentos, A Bela toca em uma agulha de vitrola (oh! lá, lá! Como atualizar isso? CD não tem agulha!) e passa a ouvir música o tempo todo e, finalmente, O reino onde todos são obrigados a andar de costas porque a princesa só anda assim.
[terminei em 19/06/2009]

Manual para ser magra.

Patch pour être mince
Aude é Leslie (2008)
First (249 pág.)

Dicas para emagrecer.  Bobo.  Só valeu pelo vocabulário específico em francês. Mas para emagrecer, a questão é matemática: gastar mais e consumir menos.  Associar os dois é que é o problema!
[terminei em 27/06/2009]

A vingança do gato assassino

La vengeance du chat assassin
Anne Fine (2008)
L'Ecole des Loisirs (70 pág.)

Literatura infantil. 
Chaaaaato.....
O primeiro, o Diário de um gato assassino, era legal. Esse não. Dinheiro e tempo jogados fora. 

[terminei em 22/06/2009]

Os exercícios de abdominais e glúteos das preguiçosas

Les abdos-fessiers des paresseuses
Lydie Raisin (2008)
Marabout  (305 pág.)

Excelente livro de exercícios para aquelas que vivem dando dinheiro às academias: pagam e não vão.
A autora em um estilo bem humorado, que se associa bem às ilustrações,  propõe 3 exercícios diários seguidos de um alongamento.  O problema é que a gente acha que é pouco e resolve "dar uma encrementadinha". Não faça isso. O resultado é ficar mancando três dias.
Agora, que as dores já passaram, me falta coragem para recomeçar...
O único porém é que algumas ilustrações não são suficientemente esclarecedoras e outras são, até, contrárias ao texto. Mas só uma ou duas. Continuo achando o livro bom.  Se conseguir encontrar o "La Gym des paresseuses", da mesma autora, que está esgotado, eu compro.

[terminei em 19/06/2009]

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Eu queria que alguém me esperasse em algum lugar

Je voudrais que quelqu'un m'attende quelque part
Anna Gavalda (1999)
J'ai Lu (157 pág.)

Contos.  Adoro contos.  Este livro tem alguns fracos, mas outros bem interessantes. O resultado é positivo:

Petites pratiques germanopratines - Moça encontra rapaz no meio da rua, eles marcam um jantar, mas o celular... ( o nome é um jogo sonoro com o local do encontro, Saint-Germain-des-Prés, em Paris)  (bom)
I.I.G - Esse é um soco na boca do estômago. Mulher grávida procura vestido para ir ao casamento de uma parente. (se contar mais estraga - o nome é a sigla em francês para o exame de ultrassom) (muito bom)
Cet homme et cette femme - Homem e mulher cujo casamento está esfacelado, mas que não se divorciam por questões financeiras. (fraco)
The Opel Touch - Vendedora de loja de roupas sai para uma happy hour. Depois, ela encontra sua irmã. (fraco)
Ambre - Cantor pop, drogado, conta como se apaixonou por uma fotógrafa.(fraco)
Permission - Jovem volta para casa em seu aniversário, com folga do exército.  O nome do livro vem de uma frase deste conto. (bom)
Le Fait du Jour - A história gira em torno de um engarrafamento causado por um acidente de carro.  (muito bom)
CATGUT - Veterinária solteira se muda para cidade pequena e enfrenta os locais. (muito violento, mas bom)
Júnior - Dois adolescentes vão a uma festa e resolvem pegar "emprestado" o carro de luxo do pai de um deles. É óbvio que tudo dá errado, mas errado mesmo! (razoável)
Pendant des années - Homem casado reencontra paixão de juventude. (muito bom)
Clic-Clac - Homem tímido, que mora com as irmãs, se apaixona por colega de trabalho. (bom)
Épilogue - Escritora procura editor (seria autobiográfico?)  (bom).


Pequeno trecho: "... Ela chora por tantas razões que ela não tem nem vontade de pensar. É por toda sua vida que lhe passa diante dos olhos. Então, para se proteger um pouco, ela diz que chora pelo prazer de chorar e é só."
[terminei em 17/06/2009]

Manual para ser tranquiiiiila!

Patch pour être épanouiiie

Bobagem das bobagens.  Várias dicas de ginástica, maquiagem, truques de beleza, etc.
Ganhei de brinde em uma compra da Fnac.
Não perca seu tempo.
[terminei em 13/06/2009]

Cabot-Caboche

Cabot-Caboche
Daniel Pennac (1982)
Pleine Lune - (282 pág.)

Literatura juvenil.
História de um cachorro e de uma menina, e de como um é modificado pelo outro.
Esperava mais. Já tinha lido "O olho do lobo" que é ótimo, e comprei este com a mesma expectativa. Não se equipara ao outro, mas é legalzinho, com uma indiscutível raiz na relação entre a raposa e o Pequeno Príncipe.

[terminei em 30/05/2009]

E a história começa


E a história começa
Amós Oz (1996)
Ediouro (131 pág.)

É uma coletânea de aulas dadas em diversas universidades. 

Amós Oz afirma que o princípio de cada obra, seja um romance ou um conto, representa um contrato entre o escritor e o leitor. Assim, no princípio estão, ainda que de forma embrionária, todos os elementos que serão desenvolvidos posteriormente.
Cada capítulo do livro é, então, dedicado à análise do começo de um texto:
  1. Effi Briest, de Theodore Fontane
  2. Na flor da idade, de S. Y. Agnon
  3. O nariz, de Gogol
  4. Um médico de aldeia, de Kafka
  5. O violino de Rothschild, de Tchekhov
  6. Mikdamot, de S. Yizhar
  7. História: um romance, de Elsa Morante
  8. O outono do Patriarca, de Gabriel Garcia Marques
  9. Ninguém disse nada, de Raymond Carver
  10. Um leopardo particular e muito apavorante, de Yaakov Shabtai
Tudo começou quando vi o fantástico filme "O pequeno Traidor" baseado no romance "Pantera no porão".  Gostei muito e procurei saber do autor.   Encontrei, então, este livro, do qual também gostei, da mesma forma que do filme, que é imperdível. Molina, como sempre, dá um show.
[terminei em 28/05/2009]

A última noite

La dernière nuit
Marie-Ange Guillaume (2002)
Points (93 pág.)

Pequeno livro de contos, cujo motivo comum é a dificuldade de relacionamento entre as pessoas.

La dernière nuit - Mulher reluta em romper romance com  homem casado.
Tête de mule - Meu preferido. O livro vale por este conto. Carteiro ajuda velha senhora, viúva, fazendo as compras de mercado para ela. Um dia, ele anuncia que vai se aposentar e se mudar para outra cidade...   A autora demonstra extrema sensibilidade no episódio do sorriso de menina.
Lui - Conversa de telefone em que uma mulher e um homem discutem seus casos amorosos.
Canicule - Pai que não aguenta mais ouvir a filha chorar resolve fazer algo a respeito. 
Terminus - Casal, depois de muitos anos de casamento, está em um ônibus e ele pensa sobre a vida.
Balthazar - Balthazar é o cachorro de Madame Marcelle, dona de um bar.
 [terminei em 04/05/2009]

O violino de Rothschild

O violino de Rothschild
Anton Tchekov (Tchékhov)
Tradução de Luís Martins
(em Contos Russos sel. Rubem Braga)

Conhecemos muitos escritores por ouvir falar o nome, sem ter tido oportunidade de conhecer sua obra.  Era o caso de Tchekov para mim, antes deste conto.   Embora o texto seja curto, foi suficiente para explicar a razão de seu nome ser tão conhecido, já que o talento transborda pelas margens. Na realidade, gosto muito dos escritores russos. Todos os que já tive a sorte de ler possuem uma profunda sensibilidade, um olhar penetrante, de forma captar o gesto, a sutileza, e, ainda,  a capacidade de transmitir esses sentimentos ao leitor, através da palavra.
Neste conto, Iakov Ivanov, um pobre construtor de caixões de uma pequena cidade, vive sozinho com sua mulher,  toca violino, eventualmente, em algumas festas e implica com seu  vizinho, o judeu Rothschild, que toca flauta.

Resolvi ler este conto pela indicação do livro "E a história começa" que ressalta a descrição que o autor faz, logo no início:
" ... ele vivia em uma pequena isbá duma só peça, onde se amontoavam juntos ele, Marfa, o fogão, uma cama de casal, os caixões, o banco de carpinteiro e todos os utensílios do negócio."
Realmente, esta frase demonstra a pouca importância que Iakov dava a si mesmo e à mulher, colocados no mesmo nível de valor dos móveis e utensílios.

Tchekov, entretanto, é capaz de, após apresentar o personagem sob uma crosta dura e desprezível, levantar casca após casca, revelando todo o sofrimento de uma vida, que toma forma na melodia final.

Muito bom. Já faz parte dos meus favoritos. 
[terminei em 04/05/2009]