domingo, 28 de fevereiro de 2010

Chega de Saudade

Chega de Saudade
Ruy Castro (1990)
Companhia das Letras (461 pág.)

História da Bossa nova, ou melhor, da música popular brasileira nos anos 50/60.
Muitos casos, muitas informações.... muito interessante.

Leia.  É um tijolinho, mas não pesa, flui bem, se você gosta de música vai gostar.
(Hoje em dia tem outra capa, mas o que eu li tinha essa...)


[terminei em 22/11/1990]

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Iracema

Iracema
José de Alencar (1835)
L&PM (128 pág.)

É, eu ainda não tinha lido, mas agora me redimi e acabei um dos clássicos da nossa literatura.

Apesar do livro ser fininho, o início foi um pouco difícil, mas do meio para o final me empolguei e posso dizer que gostei bastante.

José de Alencar resolveu narrar o princípio da história do Ceará, onde nasceu, e fez um romance com os personagens históricos.
Um outro fator que acrescenta muito interesse à obra é o uso constante de palavras em tupi-guarani com explicações de pé de página e é aí que a gente vê quanta influência a lingua indígena tem sobre nós e, até mesmo, sobre outras línguas do mundo (jaguar, por exemplo, é do tupi e significa o "animal que nos come", no caso, designa a onça, único animal da nossa fauna capaz de comer um ser humano).

A estátua abaixo é de Iracema e está em Fortaleza, no Ceará.
Ceará, por sinal, quer dizer "canto da Jandaia" uma espécie de arara que cantaria com saudades de Iracema.


[terminei em 07/02/2010]

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Histórias apressadas

Histoires pressées
Bernard Friot (1988)
Milan Poche Junior (109 pág.)


Comprei o livro após ler várias indicações favoráveis, quer dizer, entusiasmadas, mas o achei bobo, chato, pretensioso, as historietas muitas vezes tratam de assuntos delicados de uma forma superficial e irresponsável, visto que o livro se destina a crianças.  Ora, nós adultos sabemos que o exaltado "amor de mãe" não é um dom que as mulheres recebam automaticamente no parto, mas uma qualidade particular  de algumas mulheres especiais e que, mesmo assim, estas mulheres sofrem variações de humor em suas vidas.  Mas é difícil para uma criança não se sentir amada ou aceitar bem uma rejeição. Daí não vejo como se possa fazer graça com esse assunto em uma história para crianças. 
NÃO LEIA.  Não desperdice seu dinheiro. 


[terminei em 04/02/2010]

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O Horizonte perdido

O horizonte perdido (Lost Horizon)
James Hilton (1933)
Abril Cultural (248 pág.)


Lindo livro, que li diversas vezes, até o dia em que o emprestei e ele, magoado, não voltou mais...

Um avião cai em um lugar isolado, no meio de uma cadeia de montanhas nevadas, de acesso quase impossível, que guarda um verdadeiro paraíso: Shangri-Lá, uma cidade linda, agradável, com clima ameno, onde as pessoas vivem muitos anos, de forma sossegada e todos são felizes (todos?!?).

Muito bom. Reflete bem um sentimento bem comum entre nós, humanos, de que há um lugar onde se pode encontrar a felicidade.
Acho que é a saudade do Éden que se mantém em todos nós.

Já vi duas adaptações para o cinema: a de  1973, colorida, na forma de musical e a de 1937, do Capra, em preto e branco, ambas muito boas, fiéis ao livro.

Leia sim, é muito bom.  Os filmes também valem a pena.   



[terminei em ?? - várias vezes...]

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Que nem sabão em pó

Que nem sabão em pó
Ivan Sant'Anna (1999)
Rocco (156 pág.)

Há algum tempo li do Ivan Sant'Anna o ótimo "Mercadores da Noite" que realmente é imperdível.  Daí me empolguei e comprei esse livrinho.
Mas não se compara, nem de longe.
É a história de uma mulher que, depois de enganada pelo marido, começa a escrever. Assim, no meio do caminho, a gente começa a ler o livro em que ela está trabalhando: "O Americano". 
Ela consegue editar, meio por acaso, e passa a fazer sucesso. 

O autor tem uma escrita fluida, que prende, mas a história é fraca.  Não recomendo esse, mas não deixe de ler os "Mercadores da Noite" que é ótimo!


[terminei em 01/02/2010]

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Paris das preguiçosas

Le Paris des Paresseuses
J-A Colleuille & L. Gontier (2007)
Marabout (340 pág.)

Guia de endereços de Paris.

Onde encontrar uma piscina para nadar, um belo jardim para descansar, um parque de diversões para levar as crianças.
Onde estão os melhores restaurantes, casas de chá, bares.
Onde dançar, fazer uma massagem, cortar os cabelos...
Onde comprar roupas para mulheres, homens, crianças, comprar tecidos, objetos de decoração, livros, perfumes, especiarias, brinquedos...

O guia é interessante porque que cada item vem com nome, endereço, telefone e um comentário sobre as características do local, e o motivo porque foi indicado.

Li por causa do vocabulário, bem atual, já que escrito por jornalistas de revistas de moda, mas espero que um dia ele me seja útil na prática, in loco.


[terminei em 28/01/2010]

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Gramática da Sorbonne

Grammaire Sorbonne - débutant 
 Hachette (1987 - 192 pág.)
[terminei em 20/05/2006]
Grammaire Sorbonne - moyen
Hachette (1987 - 160 pág.)
[terminei em 21/10/2006]

Estes livros são mais antigos que os outros já apresentados neste blog, de uma série de quatro (ainda falta fazer o supérieur I e II).

Somente exercícios sem explicações.  A edição que tive em mãos (emprestada, de um amigo) tinha, no entanto, vários desenhos, todos bem humorados, de Paul Woolfenden, sobre o assunto a ser tratado no capítulo.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Fábulas de Esopo

Fábulas
Esopo (+/- 600 a.c.)
trad. Antônio Carlos Vianna (1997) L&PM (163 pág.)

Esopo é considerado como o criador da Fábula como gênero literário.  Teria sido um escravo, feio, corcunda e manco, mas que, a partir de sua capacidade de contar histórias, teria obtido sua liberdade.

La Fontaine, no século XVII, teve acesso a uma coletânea de cerca de 127 histórias a ele atribuídas e as reescreveu, em Francês e em versos.  

Este livro apresenta 352 fábulas, mas devo confessar, a maior parte é bem cansativa. Mas sempre há exceções à regra, como esta:

O velho e a morte

Carregando a madeira que acabara de cortar, um velho ia por uma longa estrada. Cansado, depositou no chão o seu fardo e pediu que a Morte lhe aparecesse. A Morte apareceu:
- Por que me chamaste?
E o velho:
- Para que leves meu fardo.
Por mais difícil que seja a vida, ninguém quer deixá-la.

[terminei em 09/04/2005]

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A prateleira se enche

A prateleira se enche com novas aquisições


La fille du capitaine - Alexandre Pouchkine 

Le joueur - Dostoïeveski 





Légendes d'automne - Jim Harrison

A volta do parafuso - Henry James

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Todas as manhãs do mundo

Tous les matins du monde
Pascal Quignard (1991)
Folio (117 pág.)

A história se passa entre o século XVII e XVIII.
Músico fica deprimido com a morte da mulher, a quem ele amava muito. Ele vive só com suas duas filhas e acaba aceitando um jovem como aluno.

A sinopse me pareceu muito interessante, mas fiquei decepcionada, a narrativa se perde, os personagens são frágeis e desinteressantes.

É uma pena, pois poderia gerar várias discussões interessantes, sobre a arte, fama, sucesso, o amor, a música, o sentido da vida... Mas nada acontece.

Esse também gerou um filme, mas eu não vi. O livro não me animou a tanto...

[terminei em 09/10/2006]

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Se um viajante numa noite de inverno

Se um viajante numa noite de inverno
Italo Calvino (1979)
Companhia das Letras (275 pág.)

Bom, vamos começar pelo "enredo":
Um leitor é impedido de terminar um livro que começou a ler, já que o primeiro capítulo se repetia. Pensando ser um erro de impressão, ele volta à livraria e, lá, encontra uma leitora, na mesma situação. Eles recebem outros volumes que, no entanto, têm outros "primeiros capítulos".
Assim, vão se sucedendo "primeiros capítulos" de obras diferentes, enquanto eles se envolvem na busca das razões pelas quais aquilo acontece.

A sinopse é interessante, não é? Foi o que eu pensei também.
Mas o livro nem tanto. Eu terminei de teimosa.

A sensação de frustração que ele traz é muito grande.  As primeiras páginas de qualquer livro são sempre áridas.  Começa-se a falar de pessoas das quais não se sabe nada, que estão em lugares desconhecidos, fazendo sabe-se lá o quê... Mas nós, os leitores, insistimos e, de repente, tchum! estamos totalmente mergulhados e enredados na trama, de forma a não querer mais largar o livro sem virar "só mais uma página...".

O fato é que Calvino maltrata o leitor, fazendo-o começar dez histórias, passar dez vezes por todo este vazio e, quando ele começa a se sentir bem, corta o fio da meada.  A história principal, que liga os 10 "primeiros capítulos" é fraca, a pior de todas, mas... supõe-se que ele tenha querido atacar a indústria dos "best-sellers", apontando até a influência de patrocinadores sobre a roupa, bebida, carro dos personagens. 

No final, em um apêndice, Calvino responde a uma crítica que recebeu na época do lançamento e tenta explicar suas escolhas. Cita as "Mil e uma noites" como exemplo de histórias encadeadas, cita o "Exercícios de Estilo" do Raimond Queneau (ver post anterior) como variações de histórias... Mas eu teria preferido ler algumas das histórias começadas do que ficar vagando com o "Leitor" e a "Leitora" em sua "saga em busca dos romances". Não todas, mas : "Fora do povoado de Malbork" que lembra um conto do Tolstoi, "Debruçando-se na borda da costa escarpada" em que uma das personagens é uma mulher misteriosa... e "Olha para baixo onde a sombra se adensa", sobre um assassino em fuga.

Algumas outras histórias são como contos e têm um fim em si mesmas, em particular as duas últimas, o que alivia um pouco a decepção, já que estas a gente não sente necessidade de continuar.  As demais são chatas mesmo e a gente fica feliz de não ser obrigado a permanecer lendo.

É claro que não acho que a literatura sirva somente como entretenimento bobo, passatempo, embora algumas vezes seja bom ler um livro simples e, somente se divertir, mas acho que os livros são também transmissores de informações, fomentadores de idéias, questionadores.

A única questão é que, para que um livro seja considerado literatura deve conciliar o conteúdo com o prazer, senão vira tese de mestrado, discurso político ou qualquer coisa que ninguém aguenta ler.

Neste livro, há breves sinais de talento, mas muito breves. O resto é chato.

[terminei em 20/01/2010]

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Exercícios de estilo

Exercices de style
Raymond Queneau (1947)
Folio (154 pág.)

Chato.
A idéia é ótima, escrever de muitas formas diferentes uma mesma história.
Só que a história escolhida é sem sal nem doce, não valia a pena ser lida nem uma só vez, quanto mais, 100!
As variações, também, na maior parte das vezes, são lamentáveis.
Não, 100 vezes não!

[terminei em 18/11/2007]

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Minha arquitetura

Minha arquitetura
Oscar Niemeyer (2000)
Editora Revan (109 pág.)

Sempre tive um interesse por arquitetura e só não fiz a faculdade pela minha incapacidade completa em desenhar o que quer que seja...
Niemeyer é o grande nome da arquitetura de nosso país, daí a leitura deste livro, onde ele apresenta e explica vários de seus projetos, com desenhos e fotos.

[terminei em 13/10/2002]

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O Conde de Monte-Cristo e os filmes - 6

O Conde de Monte-Cristo

Bom, eu já disse antes que adorei o livro?
Eu não fui a única, tanto que ele foi adaptado inúmeras vezes para o cinema e TV.
O que somente não compreendo é porque as adaptações resolvem sempre mudar a história...


 É claro que, no caso de uma obra enorme, como esta, seria impossível mostrar tudo, mas não é disso que falo, mas sim de mudar-se a trama e, até mesmo, o final.

Eu assisti a estas 3 versões: 

O filme mais recente é "O Conde de Monte Cristo", de 2002, dirigido por Kevin Reynolds, com James Caviezel no papel do Conde, Guy Pearce como Fernand Mondego e Richard Harris como o abade Faria.
Só que o roteirista alucinou e misturou a história com um folhetim do tipo "ele é seu filho!" que não tem nada a ver com o romance original.  Além do mais, Guy Pearce não se passa por um espanhol, enquanto que ficaria ótimo como o Villefort quando jovem...  (enquanto lia o livro, era a imagem dele que me vinha à mente todas as vezes que aparecia o "Procurador do Rei").



Um pouco anterior (1998) é uma série preparada para a TV francesa, com Gérard Depardieu no papel principal, que foi transformada em DVD após inúmeros cortes, que deixaram o filme tão mutilado que quase não se entende nada da história.  Esta, inclusive, também não foi respeitada, no início, meio e fim.

É uma pena, porque acho o Depardieu um "atorzaço", embora não tivesse o "physique du rôle" ( já que o Conde teria cerca de 40 anos, magro, com os cabelos cheios e negros), porque o elenco, apesar de, na maior parte, muito envelhecido para os papéis, é de primeira,  porque a Ornella Muti (foto), para mim, é a própria Mercedès (linda!), mas o trabalho, no total, não convence.  


Por incrível que pareça, a melhor versão é a do Richard Chamberlain!   O que não quer dizer que seja boa...  Faltava a ele uma certa capacidade de expressão facial, os cabelos brancos são opostos ao do personagem, negros, o filme termina em ponto anterior ao do livro (não dava para compactar tudo em menos de 2 horas), mas, no cômputo geral, segue o espírito do original.
Também é uma séria televisiva (1975), adaptada para o cinema.