quinta-feira, 29 de abril de 2010

1984

1984
George Orwell (1948)


Fantástico livro.  Li em 1984, justamente no ano do livro, em um exemplar emprestado da biblioteca da faculdade.


Em uma sociedade do "futuro", um governo controla a vida dos cidadãos, especialmente pela presença de câmeras e pela imagem "onipresente" do "Grande Irmão" (no original, Big Brother).
O personagem principal, Winston Smith, trabalha falsificando documentos e livros, de forma a tornar o discurso oficial "verídico", ao ponto de afirmar que "2 + 2 = 5".
Só que nenhum controle é capaz de impedir que um homem pense e o personagem, ao ler os textos originais, antes da falsificação, começa a questionar o regime.
O final... bom eu não estrago as histórias.  Leia, é muito, muito bom mesmo.


A escolha do título parece que decorreu da inversão do ano em que ele foi escrito (1948).
É uma fantástica profecia que vem se cumprindo pouco a pouco.

Nesses dias, meu marido estava vendo um jogo de futebol e a câmera deu um close em uma moça que, de longe, nem sabia que estava sendo filmada, e continuava a falar normalmente.  Só que daria para uma pessoa, com leitura labial, saber o que ela falava, sem que ela nem soubesse disso...

Hoje a gente vê a invasão das câmeras em todos os locais, o controle do que se fala, com a patrulha do "politicamente correto", daí se passar ao controle do que se faz e pensa...


[terminei em 1984]

quarta-feira, 28 de abril de 2010

1001 livros (2a. parte - 1800)

1800s 

791 Some Experiences of an Irish R.M. Somerville and Ross
792 Eclipse of the Crescent Moon Geza Gardonyi
793 The Stechlin Theodor Fontane
794 The Awakening Kate Chopin
795 Dom Casmurro Joaquim Maria Machado de Assis
796 As a Man Grows Older Italo Svevo
797 The War of the Worlds H.G. Wells
798 Fruits of the Earth André Gide
799 Pharoah Boleslaw Prus
800 Compassion Benito Perez Galdos
801 What Maisie Knew Henry James
802 Dracula Bram Stoker
803 Quo Vadis Henryk Sienkiewicz
804 The Island of Dr. Moreau H.G. Wells
805 The Time Machine H.G. Wells
806 Effi Briest Theodor Fontane
807 Jude the Obscure Thomas Hardy
808 The Viceroys Federico De Roberto
809 Diary of a Nobody George Grossmith
810 The Adventures of Sherlock Holmes Arthur Conan Doyle
811 News from Nowhere William Morris
812 New Grub Street George Gissing
813 Gösta Berling’s Saga Selma Lagerlöf
814 Tess of the D’Urbervilles Thomas Hardy
815 Down There Joris-Karl Huysmans
816 The Picture of Dorian Gray Oscar Wilde
817 The Kreutzer Sonata Leo Tolstoy
818 Thais Anatole France
819 La Bête Humaine Émile Zola
820 By the Open Sea August Strindberg
821 Hunger Knut Hamsun
822 Eline Vere Louis Couperus
823 The Child of Pleasure Gabriele D'Annunzio
824 Under the Yoke Ivan Vazov
825 Pierre and Jean Guy de Maupassant
826 The People of Hemsö August Strindberg
827 The Manors of Ulloa Emilia Pardo Bazan
828 The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde Robert Louis Stevenson
829 The Quest Frederik van Eeden
830 King Solomon’s Mines H. Rider Haggard
831 Germinal Émile Zola
832 The Adventures of Huckleberry Finn Mark Twain
833 Marius the Epicurean Walter Pater
834 Bel-Ami Guy de Maupassant
835 The Regent's Wife Leopoldo Alas
836 Against the Grain Joris-Karl Huysmans
837 The Death of Ivan Ilyich Leo Tolstoy
838 A Woman’s Life Guy de Maupassant
839 Treasure Island Robert Louis Stevenson
840 Bouvard and Pécuchet Gustave Flaubert
841 The Posthumous Memoirs of Bras Cubas Joaquim Maria Machado de Assis
842 The House by the Medlar Tree Giovanni Verga
843 The Portrait of a Lady Henry James
844 Nana Émile Zola
845 Ben-Hur Lew Wallace
846 The Red Room August Strindberg
847 Martin Fierro Jose Hernandez
848 Anna Karenina Leo Tolstoy
849 Drunkard Émile Zola
850 The Crime of Father Amaro Jose Maria Eca de Queiros
851 Pepita Jimenez Juan Valera
852 Far from the Madding Crowd Thomas Hardy
853 The Enchanted Wanderer Nikolai Leskov
854 Around the World in Eighty Days Jules Verne
855 In a Glass Darkly Sheridan Le Fanu
856 The Devils Fyodor Dostoevsky
857 Erewhon Samuel Butler
858 Spring Torrents Ivan Turgenev
859 Middlemarch George Eliot
860 Through the Looking Glass Lewis Carroll
861 King Lear of the Steppes Ivan Turgenev
862 War and Peace Leo Tolstoy
863 Sentimental Education Gustave Flaubert
864 Phineas Finn Anthony Trollope
865 Maldoror Comte de Lautréaumont
866 The Idiot Fyodor Dostoevsky
867 Little Women Louisa May Alcott
868 The Moonstone Wilkie Collins
869 Thérèse Raquin Émile Zola
870 The Last Chronicle of Barset Anthony Trollope
871 Crime and Punishment Fyodor Dostoevsky
872 Journey to the Centre of the Earth Jules Verne
873 Alice’s Adventures in Wonderland Lewis Carroll
874 Uncle Silas Sheridan Le Fanu
875 Notes from the Underground Fyodor Dostoevsky
876 The Water-Babies Charles Kingsley
877 Les Misérables Victor Hugo
878 Fathers and Sons Ivan Turgenev
879 Silas Marner George Eliot
880 Great Expectations Charles Dickens
881 Max Havelaar Multatuli
882 The Mill on the Floss George Eliot
883 The Woman in White Wilkie Collins
884 Oblomov Ivan Goncharov
885 Adam Bede George Eliot
886 Indian Summer Adalbert Stifter
887 Madame Bovary Gustave Flaubert
888 North and South Elizabeth Gaskell
889 Green Henry Gottfried Keller
890 Walden Henry David Thoreau
891 Bleak House Charles Dickens
892 Cranford Elizabeth Gaskell
893 Uncle Tom’s Cabin Harriet Beecher Stowe
894 The House of the Seven Gables Nathaniel Hawthorne
895 Moby-Dick Herman Melville
896 The Scarlet Letter Nathaniel Hawthorne
897 David Copperfield Charles Dickens
898 The Tenant of Wildfell Hall Anne Brontë
899 Wuthering Heights - Emily Brontë
900 Vanity Fair - William Makepeace Thackeray
901 Jane Eyre -  Charlotte Brontë
902 The Count of Monte-Cristo - Alexandre Dumas
903 The Devil's Pool George Sand
904 Facundo Domingo Faustino Sarmiento
905 The Three Musketeers -  Alexandre Dumas
906 The Pit and the Pendulum -  Edgar Allan Poe
907 Lost Illusions - Honoré de Balzac
908 Dead Souls -  Nikolay Gogol
909 A Hero of Our Times - Mikhail Yurevich Lermontov
910 Camera Obscura -  Hildebrand
911 The Fall of the House of Usher - Edgar Allan Poe
912 The Charterhouse of Parma - Stendhal
913 The Lion of Flanders - Hendrik Conscience
914 Oliver Twist - Charles Dickens
915 The Nose Nikolay Gogol
916 Le Père Goriot - Honoré de Balzac
917 Eugénie Grandet - Honoré de Balzac
918 Eugene Onegin - Alexander Pushkin
919 The Hunchback of Notre Dame - Victor Hugo
920 The Red and the Black - Stendhal
921 The Betrothed -  Alessandro Manzoni
922 Last of the Mohicans -  James Fenimore Cooper
923 The Life of a Good-for-Nothing - Joseph von Eichendorff
924 The Private Memoirs and Confessions of a Justified Sinner -  James Hogg
925 The Life and Opinions of the Tomcat Murr - E.T.A. Hoffman
926 Melmoth the Wanderer - Charles Robert Maturin
927 Ivanhoe -  Sir Walter Scott
928 Frankenstein - Mary Shelley
929 Rob Roy -  Sir Walter Scott
930 Emma - Jane Austen
931 Mansfield Park - Jane Austen
932 Pride and Prejudice - Jane Austen
933 Sense and Sensibility - Jane Austen
934 Michael Kohlhaas - Heinrich von Kleist
935 Elective Affinities -  Johann Wolfgang von Goethe
936 Rameau’s Nephew  - Denis Diderot
937 Henry of Ofterdingen  -  Novalis
938 Castle Rackrent - Maria Edgeworth

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O príncipe e o mendigo

O príncipe e o mendigo
Mark Twain (1882)
L&PM (235 pág.)


Gostei muito deste livro. Comecei a ler e não consegui parar até chegar ao fim.
Dois meninos, nascidos no mesmo dia, um (Tom Canty) em uma família muito pobre e outro (Edward VI) em um palácio, filho do rei.
O mendigo sonhava com uma vida de príncipe e, em uma ocasião em que passava pela porta do palácio, é maltratado por um guarda. O príncipe toma a defesa do outro e o convida a entrar.
Lá, eles brincam de trocar de roupa e... sem querer, eles são separados e passam a viver a vida um do outro e percebem que ambos têm alegrias e problemas.

O personagem do príncipe foi inspirado no príncipe Edward, filho de Henrique VIII que morreu muito jovem, com apenas 16 anos.

A história já foi filmada várias vezes, em 1937 com Errol Flynn, em 1962 com Guy Williams, mas a versão mais conhecida é com... o Mickey Mouse!

Mas o livro dispensa qualquer filme. Super recomendado.

[terminei em 01/04/2010]

domingo, 25 de abril de 2010

Outra listinha... 1001 livros... (1a. parte - antes de 1700 e 1700)

1001 livros para ler antes de morrer

Outro livro que apresenta resumo dos livros, comentário sobre o autor, etc., etc. A lista, em inglês, veio de  http://johnandsheena.co.uk/books/
Peço mil desculpas, mas não tive paciência para traduzir os títulos.... ficam em inglês mesmo.

E, como nas outras oportunidades, repito que não fui eu que escolhi os livros.  A maior parte dos autores, inclusive, me é totalmente desconhecida (e alguns que conheço, segundo o meu conceito, jamais entrariam em lista alguma....)

Mas é uma brincadeira, somente para a gente se divertir e fazer contas e sonhos para o nosso futuro literário.

Eu inverti a ordem, dos mais antigos para os mais novos (os amarelos são os lidos e os azuis são os planejados) :


Pre-1700
989. Oroonoko – Aphra Behn
990. The Princess of Clèves – Marie-Madelaine Pioche de Lavergne, Comtesse de La Fayette
991. The Pilgrim’s Progress – John Bunyan
992. Don Quixote – Miguel de Cervantes Saavedra
993. The Unfortunate Traveller – Thomas Nashe
994. Euphues: The Anatomy of Wit – John Lyly
995. Gargantua and Pantagruel – Françoise Rabelais
996. The Thousand and One Nights – Anonymous
997. The Golden Ass – Lucius Apuleius
998. Aithiopika – Heliodorus
999. Chaireas and Kallirhoe – Chariton
1000. Metamorphoses – Ovid
1001. Aesop’s Fables – Aesopus

1700s
943. Hyperion – Friedrich Hölderlin
944. The Nun – Denis Diderot
945. Camilla – Fanny Burney
946. The Monk – M.G. Lewis
947. Wilhelm Meister’s Apprenticeship – Johann Wolfgang von Goethe
948. The Mysteries of Udolpho – Ann Radcliffe
949. The Interesting Narrative – Olaudah Equiano
950. The Adventures of Caleb Williams – William Godwin
951. Justine – Marquis de Sade
952. Vathek – William Beckford
953. The 120 Days of Sodom – Marquis de Sade
954. Cecilia – Fanny Burney
955. Confessions – Jean-Jacques Rousseau
956. Dangerous Liaisons – Pierre Choderlos de Laclos
957. Reveries of a Solitary Walker – Jean-Jacques Rousseau
958. Evelina – Fanny Burney
959. The Sorrows of Young Werther – Johann Wolfgang von Goethe
960. Humphrey Clinker – Tobias George Smollett
961. The Man of Feeling – Henry Mackenzie
962. A Sentimental Journey – Laurence Sterne
963. Tristram Shandy – Laurence Sterne
964. The Vicar of Wakefield – Oliver Goldsmith
965. The Castle of Otranto – Horace Walpole
966. Émile; or, On Education – Jean-Jacques Rousseau
967. Rameau’s Nephew – Denis Diderot
968. Julie; or, the New Eloise – Jean-Jacques Rousseau
969. Rasselas – Samuel Johnson
970. Candide – Voltaire
971. The Female Quixote – Charlotte Lennox
972. Amelia – Henry Fielding
973. Peregrine Pickle – Tobias George Smollett
974. Fanny Hill – John Cleland
975. Tom Jones – Henry Fielding
976. Roderick Random – Tobias George Smollett
977. Clarissa – Samuel Richardson
978. Pamela – Samuel Richardson
979. Jacques the Fatalist – Denis Diderot
980. Memoirs of Martinus Scriblerus – J. Arbuthnot, J. Gay, T. Parnell, A. Pope, J. Swift
981. Joseph Andrews – Henry Fielding
982. A Modest Proposal – Jonathan Swift
983. Gulliver’s Travels – Jonathan Swift
984. Roxana – Daniel Defoe
985. Moll Flanders – Daniel Defoe
986. Love in Excess – Eliza Haywood
987. Robinson Crusoe – Daniel Defoe
988. A Tale of a Tub – Jonathan Swift

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Foto 360 do Rio...

Há uns dias, indiquei um site com visão panorâmica de Paris e, como não poderia deixar a minha cidade para trás, indico agora este, que tem fotos do Corcovado, do Pão de Açúcar, da Urca... tudo lindo!
E, para não ser egoísta, tem também de outros lugares do País, Brasília, Bahia, etc.:


http://ayrton.com/360/fs/pages/corcovadofla.html







quarta-feira, 21 de abril de 2010

As viagens fantásticas de Marco Polo

As Viagens "Il Milione"
Marco Polo (1300)
Martin Claret (157 pág.)

Livro que marcou a idade média, inicialmente considerado como fantasioso mas que incitou, motivou e forneceu bases para os navegadores dos séculos que se seguiram, sendo responsável, por via direta, pela nossa existência aqui no Brasil.

Um preâmbulo necessário: 
Dois irmãos,Niccolò e Matteo Polo, comerciantes venezianos, partem em direção ao Oriente para vender seus produtos diretamente aos Mongóis.  São recebidos por Kublai Khan (neto de Gengis Khan) que, curioso sobre a doutrina cristã que os dois irmãos não sabiam explicar, os manda ao papa para que este lhe envie homens sábios, doutos, capazes de fornecer as informações que desejava.
Voltando à Italia, Niccolò encontra seu filho Marco, que deixara recém-nascido, agora com cerca de 15 anos. O papa morrera e o novo eleito (Gregório X) manda apenas dois jovens frades que logo desistem da viagem.
Mas os irmãos voltam com Marco Polo, de quem o Khan gosta muito, tanto que o nomeia dignatário do império mongol, na época em seu auge, em sua maior extensão, ultrapassando as conquistas de Genghis Khan e de Alexandre o Grande.
Marco passa dezessete anos viajando e conhecendo o vasto território.  Com a velhice de Kublai, temerosos de que um novo imperador não os trate da mesma forma, pedem permissão para voltar, permissão esta que o Khan concede de forma disfarçada, incumbindo-os de conduzir uma noiva a um parente da Pérsia.
De volta a Veneza, encontra a cidade em guerra contra Gênova.  Marco, então, é feito prisioneiro e, no cárcere, passa o tempo contando aos companheiros de prisão suas viagens.  Um outro prisioneiro, Rusticello, um escritor de Pisa, resolve colocar no papel as narrativas que recebem o nome de "O Livro das Maravilhas" ou "Il Milione".
Nasce então este livro. 

A narrativa segue mais ou menos na ordem da viagem e Marco Polo descreve costumes, roupas, hábitos alimentares, moedas, transportes, animais, produção agrícola e as riquezas.

Costumes: Marco cita povos em que a mulher pode arrumar um outro marido enquanto o seu viaja; outros em que os maridos deixam mulheres e filhas com os viajantes, como forma de hospitalidade, povos antropófagos...

Roupas: povos que andam nus; que se cobrem de jóias; que se vestem de sedas; que marcam o corpo ...

Alimentos: povos que comem carne crua, que não comem nenhum tipo de carne, que comem carne humana, que fazem bebida a partir do arroz, de frutas, da cana de açúcar...

Moedas:  Marco Polo cita moedas cunhadas em metais, em porcelana e até mesmo papel moeda.


Animais e plantas:  Nestes locais, ele tem a oportunidade de ver animais totalmente desconhecidos da Europa, elefantes, panteras e tigres (ele os chama de leões negros e leões listrados), inúmeras aves.
Descreve o rinoceronte, "o unicórnio", negando a forma que era dada ao animal nas ilustrações da época.

Ocorre que, como suas descrições são breves, sem muitos detalhes, a compreensão dos leitores continuou não sendo muito clara.
Na imagem a seguir, uma ilustração de uma cópia do seu livro, vê-se um elefante com patas semelhantes às dos felinos...

Mas o que realmente chamou a atenção de todos foi a descrição das riquezas, palácios, carros, pérolas, ouro, prata, rubis, turquezas, safiras...

Para os espíritos gananciosos, não bastava muito para se arriscar ao mar.


Nesta edição, após o livro, há dois pequenos estudos sobre a obra e sua época. Em um deles, uma frase resume bem a situação:

"... O jovem veneziano tinha partido para a China como portador da "civilização" do Ocidente para os "bárbaros" do Oriente.  Voltou para a Itália como mensageiro da boa vontade entre as raças igualmente civilizadas do Oriente e do Ocidente..." (Antônio Honfeldt)


Embora contenha muitas informações interessantes, a leitura é cansativa, posto que as descrições se repetem muito, em particular os hábitos de províncias próximas umas das outras.

Se o leitor não tiver um interesse particular, referente à época ou à região em si, não recomendo a leitura.

[terminei em 29/03/2010]

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Poliana


Poliana e Pollyanna moça
Eleanor Porter

Livro juvenil que alcançou um sucesso incrível na sua época, alcançando muitas gerações posteriores. O segundo é continuação, já com Poliana mais velha.
Mas o primeiro é o melhor.
Poliana é uma órfã que é enviada para morar com uma tia rica, arrogante, que a recebe sem qualquer prazer.  O início parece bem uma história de Dickens, mas não. O pai de Poliana, enquanto vivo, ensina à filha o "jogo do contente" e a menina em todos os momentos, mesmo os mais difíceis, procura motivos na vida para ficar alegre.

O livro é um estudo do otimismo, que entre o copo "meio cheio" ou "meio vazio", opta sempre pela primeira opção.  De fato, em qualquer momento da vida, dependendo da forma que se olhe, sempre se pode encontrar algo bom.
Na realidade, a gente não precisa mesmo de muitas coisas pelas quais a gente se exaspera. O apóstolo Paulo já dizia que "Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes." (1Timóteo 6:8) e é a pura verdade, pois grande parte da humanidade não tem sequer o que comer direito.

Leia, vale a pena.


[terminei o primeiro em (?) e o segundo em 05/07/1993]

sábado, 17 de abril de 2010

3 Homens em um barco (sem falar do cachorro)

Trois hommes dans un bateau, sans parler du chien
Three Men in a Boat (To Say Nothing of the Dog)
Jérome K. Jerome (1889)
ebook (342 pág. na edição da Folio)

Humor inglês.
Três amigos, solteiros, entediados, decidem fazer uma pequena viagem de barco. Enquanto o autor vai narrando a viagem, esta vai sendo colorida com outras pequenas historietas, sempre com humor muito fino.

Eu gostei. Ri bastante.

Uns trechinhos de exemplo (a tradução, perdoem, é minha, a partir do francês):

... Eu nunca li uma propaganda de remédio sem ser levado a concluir que eu sofro daquela particular doença, na forma mais virulenta.  A descrição parece, em cada caso, corresponder exatamente a todas as sensações que eu sempre tive....


... Então nós fizemos a faxina no barco e colocamos tudo em ordem (este exercício diário acabou por responder a uma questão que eu me fazia sempre: como passa o tempo uma mulher que não tem nada mais a fazer do que se ocupar de uma só casa?) ...


...Eu sempre tive a impressão de trabalhar mais do que devia.  Não que o trabalho me cause repulsa, veja: eu amo o trabalho, ele me exalta. Eu poderia passar horas a contemplá-lo.  Eu aprecio tanto sua companhia que a idéia de me separar dele me parte o coração.
Acumular o trabalho se tornou, para mim, uma espécie de paixão; minha escrivaninha está cheia a um tal ponto que não há mais espaço para colocar mais nada. Eu precisarei, logo, logo, construir um anexo...

As ilustrações que enfeitam este post são de William Geldart, muito adequadas à história.


[terminei em 28/03/2010]

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Mais uma lista... (os 100 melhores livros segundo a Newsweek)

Os 100 melhores livros (segundo a revista Newsweek)
http://www.newsweek.com/id/204478
A versão em português havia sido publicada em
http://www.revistabula.com/posts/listas/100-melhores-livros-de-todos-os-tempos-lista-das-listas

No entanto, como alguns livros estavam indicados pelos títulos de Portugal (que às vezes são bem diferentes dos nossos) eu fiz as substituições segundo os nomes da edição brasileira.
(ressalte-se que o título português para "A revolução dos bichos" revela o final...) 

Quanto às obras escolhidas...  NÃO FUI EU!!!  Foram os editores da Newsweek que escolheram.
Mais para frente eu coloco outras listas, que achei em outros lugares.
Não me sinto obrigada a ler estes livros, mas trato estas listas como brincadeira e uma forma de conhecer novas obras e novos autores.
  
Bom, aí vai a lista:

1. Guerra e Paz, Lev Tolstoi, 1869
2. 1984, George Orwell, 1949
3. Ulisses, James Joyce, 1922
4. Lolita, Vladimir Nabokov, 1955
5. O Som e a Fúria, William Faulkner, 1929
6. O Homem Invisível, Ralph Ellison, 1952
7. Rumo ao Farol, Virginia Woolf, 1927
8. Ilíada e Odisséia, Homero, século VIII a.c.
9. Orgulho e Preconceito, Jane Austen, 1813
10. A Divina Comédia, Dante Alighieri, 1321
11. Os Contos de Cantuária, Geoffrey Chaucer, século XV
12. As Viagens de Gulliver, Jonathan Swift, 1726
13. A Vida Era Assim em Middlemarch, George Eliot, 1874
14. O mundo se despedaça, Chinua Achebe, 1958
15. O Apanhador no Campo de Centeio, J. D. Salinger, 1951
16. E o Vento Levou, Margaret Mitchell, 1936
17. Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez, 1967
18. O Grande Gatsby, Scott Fitzgerald, 1925
19. Catch 22, Joseph Heller, 1961
20. Beloved, Toni Morrison, 1987
21. As Vinhas da Ira, John Steinbeck, 1939
22. Os Filhos da Meia-Noite, Salman Rushdie, 1981
23. Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley, 1932
24. Mrs. Dalloway, Virgínia Woolf, 1925
25. O Filho Nativo, Richard Wright, 1940
26. Da Democracia na América, Alexis de Tocqueville, 1835
27. A Origem das Espécies, Charles Darwin, 1859
28. Histórias, Heródoto, 440 a.c.
29. O Contrato Social, Jean-Jacques Rosseau, 1762
30. O Capital, Karl Marx, 1867
31. O Príncipe, Nicolau Maquiavel, 1532
32. Confissões, Santo Agostinho, século IV
33. Leviatã, Thomas Hobbes, 1651
34. História da Guerra do Peloponeso, Tucídides, 431 a.c.
35. O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien, 1954
36. Winnie The Pooh, A. A. Milne, 1926
37. O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, C. S. Lewis, 1950
38. Passagem para a Índia, E. M. Forster, 1924
39. On the road (Pé na estrada), Jack Kerouac, 1957
40. O sol é para todos, Harper Lee, 1960
41. A Bíblia Sagrada
42. Laranja Mecânica, Anthony Burgess, 1962
43. Luz em Agosto, William Faulkner, 1932
44. As Almas da Gente Negra, W. E. B. Du Bois, 1903
45. Vasto Mar de Sargaços, Jean Rhys, 1966
46. Madame Bovary, Gustave Flaubert, 1857
47. O Paraíso Perdido, John Milton, 1667
48. Anna Karenina, Lev Tolstoi, 1877
49. Hamlet, William Shakespeare, 1603
50. Rei Lear, William Shakespeare, 1608
51. Otelo, William Shakespeare, 1622
52. Sonetos, William Shakespeare, 1609
53. Folhas de Erva, Walt Whitman, 1855
54. As Aventuras de Huckleberry Finn, Mark Twain, 1885
55. Kim, Rudyard Kipling, 1901
56. Frankenstein, Mary Shelley, 1818
57. Song of Solomon, Toni Morrison, 1977
58. Voando Sobre um Ninho de Cucos, Ken Kesey, 1962
59. Por Quem os Sinos Dobram, Ernest Hemingway, 1940
60. Matadouro Cinco, Kurt Vonnegut, 1969
61. A revolução dos bichos, George Orwell, 1945
62. O Senhor das Moscas, William Golding, 1954
63. A Sangue Frio, Truman Capote, 1965
64. O Caderno Dourado, Doris Lessing, 1962
65. Em Busca do Tempo Perdido, Marcel Proust, 1913
66. À Beira do Abismo (ou O sono eterno), Raymond Chandler, 1939
67. Na Minha Morte, William Faulkner, 1930
68. O Sol Nasce Sempre (Fiesta), Ernest Hemingway, 1926
69. Eu, Cláudio, Robert Graves, 1934
70. Coração, Solitário Caçador, Carson McCullers, 1940
71. Filhos e Amantes, D. H. Lawrence, 1913
72. All The King's Men, Robert Penn Warren, 1946
73. Go Tell It on The Mountain, James Baldwin, 1953
74. A Menina e o Porquinho, E. B. White, 1952
75. O Coração das Trevas, Joseph Conrad, 1902
76. Noite, Elie Wiesel, 1958
77. Corre, Coelho, John Updike, 1960
78. A Idade da Inocência, Edith Wharton, 1920
79. O Complexo de Portnoy, Philip Roth, 1969
80. Uma Tragédia Americana, Theodore Dreiser, 1925
81. O Dia dos Gafanhotos, Nathanael West, 1939
82. Trópico de Câncer, Henry Miller, 1934
83. O Falcão Maltês (O Falcão de Malta), Dashiell Hammett, 1930
84. Mundos Paralelos, Philip Pullman, 1995
85. Death Comes for the Archbishop, Willa Cather, 1927
86. A Interpretação dos Sonhos, Sigmund Freud, 1900
87. A Educação de Henry Adams, Henry Adams, 1918
88. O Livro Vermelho, Mao Tsé Tung, 1964
89. As Variedades da Experiência Religiosa, William James, 1902
90. Reviver o Passado em Brideshead, Evelyn Waugh, 1945
91. A Primavera Silenciosa, Rachel Carson, 1962
92. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, John M. Keynes, 1936
93. Lord Jim, Joseph Conrad, 1900
94. Goodbye to All That, Robert Graves, 1929
95. A Sociedade da Abundância, John Kenneth Galbraith, 1958
96. O Vento nos Salgueiros, Kenneth Grahame, 1908
97. A Autobiografia de Malcolm X, Alex Haley e Malcolm X, 1965
98. Eminent Victorians, Lytton Strachey, 1918
99. A Cor Púrpura, Alice Walker, 1982
100. Memórias da Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill, 1948

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O Guarani

O Guarani
José de Alencar (1857)
Ivan Jaf / Luiz Gê (2007)
Editora Ática (95 pág.)

Peri, índio da tribo dos Goitacás, e a jovem Ceci, filha do fidalgo português D. Antônio de Mariz, se amam.  Só que seu pai a havia prometido ao jovem Álvaro, por quem Isabel, a irmã mestiça de Ceci, era apaixonada.

O filho de D. Antônio, durante uma caçada, mata uma índia da tribo dos Aymorés que querem, então, vingança.

Se já não houvesse confusão bastante, ainda aparece Loredano, um aproveitador com um mapa de uma mina de prata que quer raptar Ceci, não se importando em matar quem quer que seja para alcançar o seu intento.

Li o romance nos tempos de escola, há séculos atrás, quando os animais ainda falavam,  e não me lembrava de quase nada. Fiquei feliz quando encontrei esta adaptação em história em quadrinhos, uma forma agradável de retomar o clássico.

Me recordo de ter gostado muito do romance quando o li e, agora, também achei muito interessante esta edição.  Os desenhos são atuais, movimentados, prendem o interesse. 
O único porém é que é a adaptação realmente ficou curta, ainda havia fôlego para muita história, e deixa "um gostinho de quero mais"...


[terminei em 27/03/2010]

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Livros dos quais me lembro ter gostado muito

A memória é uma coisa muito estranha.  Há diversos livros que lembro ter lido, ter gostado muito, mas não lembro nada ou quase nada da história.   Não é triste?   
Que a gente esquecesse dos que não gostou, seria ótimo, mas os que foram bons deveriam ficar gravados para sempre, com todos os detalhes...   
Eles estão sempre na minha lista de possíveis releituras. 

Aí vão alguns exemplos:
O amor nos tempos do cólera
Gabriel Garcia Marques
(li na década de 90)

Me lembro que a primeira parte do livro foi muito difícil, tediosa, mas que, logo a seguir, não podia mais deixá-lo de lado e percebi que o autor manipulara o texto propositalmente para que o leitor sentisse o tédio, o cansaço e o desânimo do personagem na parte inicial da história.

Mas é só o que lembro.






A cidade e as serras
Eça de Queirós

Esse já é um caso patológico... eu li duas vezes!
E só lembro, além de ter gostado muito, que no começo do livro o personagem principal vivia numa cidade e que possuía em sua casa um aparelho de telex daqueles que transmitiam as cotações das Bolsas de valores através de fitinhas amarelas perfuradas.  E é só.
Socorro!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Frankenstein

Frankenstein
Mary Shelley (1818)
Martin Claret (218 pág.)

Victor Frankenstein, jovem estudante, decide se dedicar a pesquisar como dar vida à matéria.  Ele, então, cria um ser e lhe infunde vida.
O ser, embora proporcional, é enorme, segundo ele, para facilitar os procedimentos, já que há partes no corpo que são minúsculas e complicariam o trabalho. 

Assim que a criatura vive, inexplicavelmente, Victor fica horrorizado e foge. O monstro, então, revoltado, resolve se vingar e começa a matar aqueles que lhe são queridos.

Mas vamos às curiosidades:
Frankenstein não é o monstro, mas o criador. Tem gente que argumenta que, por ter sido criada pelo Frankenstein a criatura tem direito de usar o nome dele, o que é razoável, mas no livro a "coisinha fofa" não tem nome algum, ora é monstro, ora é criatura, etc..
O monstro  não foi criado a partir de restos de cadáveres (como nos filmes), mas todo gerado novo, a partir de sabe-se lá o quê.
Apesar de ter os cabelos negros e lustrosos e os dentes brancos, é horroroso, com olhos quase transparentes, lábios negros, rosto enrugado, pele amarela ou esverdeada (depende do momento do livro) que mal cobre os músculos e artérias... Por outro lado, tem muita força, é veloz e resistente às condições desfavoráveis de clima.   Por quê? não se sabe...

Bom, o resumo é este.  Só que a narrativa se estende em partes absolutamente desnecessárias e não fala nada sobre questões essenciais para o desenvolvimento da história em si.  Conseqüência?  O livro é chato, muito chato.

Apesar disso, se tornou um clássico da literatura de terror, imagino que pelo fato de a história tratar de duas questões básicas do ser humano.
A primeira, o conflito da criatura com o criador, que o questiona, quer saber o motivo de sua existência e exigir que este garanta sua felicidade, entendendo que, por não a receber da forma que entende necessária, está livre para se vingar de tudo e de todos.
E, a segunda, do questionamento do ser humano sobre as conseqüências de seus atos e da sua responsabilidade sobre eles, que é figurado pela consciência de Victor de que o ser por ele criado é uma ameça à humanidade e cumpre a ele dar fim à criatura.

A obra influenciou tudo o que veio depois, em primeiro lugar, "The Strange Case or Dr. Jekyll and Mr. Hyde" e, através deste, tudo o mais.  (Afinal o Hulk não é um cientista bom que se transforma em um monstro verde, horroroso e violento?)

Stevenson retoma este ponto do conflito entre o bem e mal dentro de cada ser humano, só que de forma muito melhor.  Se tiver que escolher para ler, escolha "O Médico e o monstro". 

[terminei em 25/03/2010]

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Mário de Andrade

Mário de Andrade
Mário Raul de Morais Andrade (09/10/1893 - 25/02/1945),
escritor, poeta, professor, crítico, esteta.

Figura central da cultura brasileira no século XX, firmou conceitos estéticos na arte em geral.

Participou da Semana de Arte Moderna de 1922 e juntamente com vários artistas de sua época, revolucionou a arte nacional, fugindo dos padrões europeus, de forma a imprimir uma  "brasilidade" à criação artística.


Este posicionamento, que ficou conhecido como Antropofagia, buscava colocar a cultura brasileira em pé de igualdade com as demais, não constituindo uma rejeição do que vinha de outras culturas, de forma xenófoba, mas absorvendo delas o que era bom e interessante para gerar um fruto nosso, autêntico, com a nossa "cara".

Na literatura, buscou uma linguagem efetivamente brasileira, mudando a grafia de palavras que, posteriormente, foram alteradas por reformas ortográficas e utilizando uma forma mais livre na escrita.


"Ora sabereis que sua riqueza de expressão intelectual é tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem noutra" (Macunaíma)

Nas artes plásticas, além da influência direta pela amizade mantida com vários artistas que construíram sólidas carreiras,  influência esta notada pela farta correspondência que deixou. O trabalho do mestre Aleijadinho somente foi reconhecido no país após o trabalho de Mário de Andrade sobre ele. 

Na música, foi responsável pelo movimento nacionalista, pelo estudo do folclore, tendo deixado grandes e importantes estudos (Ensaios sobre a Música Brasileira,Pequena História da Música Brasileira, Modinhas Imperiais, Música, Doce Música, Música do Brasil, Dicionário Musical Brasileiro... ufa! e ainda deve ter mais!).



"Não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição."


Seu bom humor, criatividade eram transbordantes e, no famoso Prefácio Interessantíssimo de sua obra "Paulicéia Desvairada", começa "criando" um movimento (Desvairismo) e, ao fim,  afirma:

"63. Está acabada a escola poética. “Desvairismo”.
64. Próximo livro fundarei outra. "

De sua farta lista de obras (cerca de 58), a prateleira já leu Macunaíma (1928)

Pra terminar, ele tinha uma biblioteca ENORME. Cerca de 17.000 volumes segundo a Folha de São Paulo (José Geraldo Couto e Mario Cesar Carvalho - 26/09/1993)... Haja prateleira!

- Os retratos foram pintados por Lasar Segal (esq) e Tarsila do Amaral (dir).-

sábado, 3 de abril de 2010

A Marca do Zorro

A Marca do Zorro
Johnston McCulley (1919)
Panda Books (236 pág.)

Após a Primeira Guerra e após todas as notícias de morte e destruição, compreendendo que a população americana estaria mais inclinada a buscar diversões ligeiras, uma editora resolveu encomendar histórias de aventuras que publicaria em edições baratas, vendidas em bancas de jornal.

Foi assim que nasceu o "Zorro".

Em alguma época do fim do século XIX, Dom Diego Vega (é isso mesmo o "de la Vega" só apareceu mais tarde, na TV) um jovem rico, de boa família, muito delicado, que gosta de poesia e artes e tem horror a tumultos, se disfarça, coloca uma máscara e se torna um justiceiro contra os desmandos de um governador corrupto.
Excelente espadachim, derrota inimigos e soldados com a maior facilidade.
Ao mesmo tempo, descobre se a moça com quem pretende se casar ficaria com ele somente pelo dinheiro ou se agiria segundo o seu coração.


O romance original se chamava "A maldição de Capistrano".  Só que o célebre ator dos anos 20, Douglas Fairbanks (que criou juntamente com o Chaplin a United Artists) leu a história e deu vida (e que vida!) ao personagem.  No filme, o Zorro marca os inimigos com um "Z".   O sucesso foi tanto que o autor foi obrigado a modificar o título e incluiu uma passagem (meio torta) em que o Zorro deixa a marca no comandante.

No YouTube dá para ver o filme do Douglas Fairbanks inteiro.
 Vale a pena.  O ator era extremamente ágil, dispensava os dublês (tinha que ser um dublê muito bom para fazer tudo o que ele fazia) e realmente criou o personagem.  Todos os que se seguiram são cópias.

Nos anos 40 teve o Tyrone Power.


Nos anos 50 a Disney comprou os direitos da obra e produziu a série com o Guy Williams (foto) que, embora não fosse tão ágil, era simpatissíssimo e manteve o personagem por 78 episódios, fazendo-o conhecido pelo mundo todo (mais tarde, ele fez o pai da família Robinson no "Perdidos no Espaço", lembra?).

Nesta versão, o personagem do sargento Gonzáles (arrogante e mal-humorado) foi substituído pelo sargento Garcia (bonachão e atrapalhado), o que, sem dúvida, ajudou muito para o sucesso da série, com muito mais humor.

Recentemente saíram dois filmes com o Antônio Banderas, mas francamente, não chegam aos pés dos anteriores.

Bom, voltando ao livro para terminar, a história é muito simples, sem qualquer pretensão literária, mas diverte, a gente lê ultra-rápido e se diverte um tiquinho.  Sem contar que o meu exemplar custou menos de 10 reais (na Estante Virtual). Felicidade completa!


[terminei em 24/03/2010]

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Macunaíma

Macunaíma 
(que tem como subtítulo "O herói sem nenhum caráter")
Mário de Andrade (1928)
Livraria Martins Editora (135 pág.)

Eu li na época de colégio, em meados dos anos 70 (!), como leitura obrigatória.  Má escolha do professor, não pela qualidade da obra, (claro que não!), mas porque estava totalmente em descompasso com a idade dos alunos e a nossa capacidade de efetivamente apreender o sentido de uma obra complexa como esta...
Conseqüentemente, passados mais de 30 anos, não me lembro de quase nada.


A história foi baseada em lendas indígena e trata de maneira jocosa o tema do "brasileiro preguiçoso" que se reflete bem na fala de Macunaíma: "Ai, que preguiça!".


Este tema também fora motivo da atenção de Monteiro Lobato em "Urupês" na figura do "Jeca Tatu" (sendo claro que as duas obras são totalmente diferentes, embora ambas sejam ótimas).

O livro foi transformado em filme que contou com a presença luxuosíssima de Paulo José e Grande Otelo e se tornou um clássico do cinema nacional.

"Tem mais não."

[terminei em ? 1978 ?]