sexta-feira, 30 de julho de 2010

O Cavaleiro do Telhado e a Dama das Sombras


O Cavaleiro do Telhado e a Dama das Sombras
1995
Direção: Jeau-Paul Rappeneau
Atores principais: Juliette Binoche e Olivier Martinez
(com uma participação breve de Gérard Depardieu)

Filme baseado no romance de Jean Giono: "Le Hussard sur le Toit" de 1951.

Um coronel italiano que participa de um grupo revolucionário, foge da Itália, perseguido por mercenários austríacos e entra na França.
Chega, no entanto, em 1832, no meio da epidemia de Cólera que atingiu a Europa entre os anos de 1826 e 1841.

O medo da doença transforma as pessoas e ele tem de enfrentar bloqueios e quarentenas, em fugas espetaculares.
No caminho, ele encontra uma mulher (Binoche) que procura por seu marido.

O filme é um pouco lento, mas agradável.

[assisti em 18/07/2010]

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Gênesis - Capítulos 11 a 31

Comecei em outro post a fazer um pequeno resumo das histórias contadas no livro de Gênesis, e aqui está a continuação:

Capítulo 11 - "... confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro."
A torre de Babel  (imagem: A Torre de Babel - Pieter Brueghel, "O Velho"- 1563)

Capítulo 12 a 16 - "Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o Senhor..."
Deus chama Abrão e lhe promete um filho.


Capítulo 17  - ".. de ti farei nações, e reis procederão de ti."
Deus muda o nome de Abrão para Abraão e de Sarai para Sara e repete a promessa.

Capítulo 18 e 19  - "... fez o Senhor chover enxofre e fogo ... sobre Sodoma e Gomorra"
A destruição de Sodoma e Gomorra. (imagem:  Gustave Doré (1832-1883), A fuga de Ló de Sodoma)

Capítulo 20 e 21  - "Sara concebeu e deu à luz um filho a Abraão na sua velhice..."
Nasce Isaque.


Capítulo 22 e 23  - "Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto..."
O sacrifício de Isaque.


Capítulo 24 a 26  - "Ela respondeu: irei."
O casamento de Isaque e Rebeca.

Capítulo 27 e 28 - "... maldito seja o que te amaldiçoar, e abençoado o que te abençoar."
A história dos irmãos gêmeos, filhos de Isaque, Esaú e Jacó.

Capítulo 29 a 31 - "... Raquel era formosa de porte e de semblante."
A história de Jacó e Raquel, que inspirou Camões em seu soneto:


"Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel serrana bela,
Mas não servia ao pai, servia a ela,
Que a ela só por prêmio pretendia."

Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,

Começou a servir outros sete anos,
Dizendo: Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida.


continua...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Gente se Acostuma a Tudo

A Gente se Acostuma a Tudo
João Ubaldo Ribeiro (2006)
Editora Nova Fronteira (222 pág.)

Diversas crônicas do escritor publicadas em coluna semanal em jornal do Rio de Janeiro.

As crônicas selecionadas para esta coletânea, na sua quase totalidade, tratam de política, mais especificamente, do Governo Lula o que fez com que a leitura me fosse consideravelmente tediosa, pela repetição do tema.

Não obstante, é claro que o João Ubaldo escreve bem e, mais do que isso, pensa (o que às vezes é raro por estas plagas...) e há momentos memoráveis, como a crônica escrita na época em que o Lula, na África, resolveu pedir perdão aos africanos pela escravidão.

 Antes de transcrever parte da crônica, algumas observações minhas.
1 - A escravidão é abominável, sempre.
2 - A escravidão no Brasil, em alguns casos, era mais que abominável, havia torturas inomináveis.
3 - Pedir perdão é sempre bom.
No entanto,  4 - As pessoas que ficaram na África não foram escravas no Brasil.
5 - Os escravos eram vendidos aos navios negreiros na Costa da África, por negros africanos que caçavam outros negros de tribos inimigas e os levavam até os compradores. Assim, seriam os africanos que deveriam pedir perdão aos negros brasileiros e seus descendentes.
6 - Se compararmos, hoje, a situação dos brasileiros descendentes de escravos e de muitos africanos, a situação dos brasileiros é melhor (os africanos andam cortando mãos e pés uns dos outros). 
7 - Posso falar com tranqüilidade sobre o assunto porque sou uma típica brasileira, filha de português, de um lado, com uma mistura, do outro, de português, nordestino, negro e índio, o que resultou em mim: branca do cabelo crespo (se fosse gata, seria uma gata malhada), tendo em mim parcela do escravo e escravizador.
8 - Moro no Rio de Janeiro e sei o que é preconceito de cor, pois sempre ouvi gozações várias pelo fato de não ter a pele bronzeada... (eu só fico vermelha e descasco, daí:  branca azeda, branquela, clara de ovo, desbotada, doente e variantes).
9 - E, finalmente, tenho horror ao preconceito, seja de brancos contra negros, como de negros contra brancos, ou verdes ou azuis, ou ricos, ou pobres, ou cultos, ou incultos, ou moradores do primeiro mundo, ou do terceiro (onde estará o segundo?), ou da zona sul, zona norte ou favela... etc.

Mas vamos ao João Ubaldo, que escreve melhor do que eu:
"... E a humanidade, branca ou negra, não é uma espécie lá muito meritória. Os negros, como os brancos, amarelos ou o que lá fosse, praticavam a escravidão entre si, porque eram muitos povos, todos diferentes e, naturalmente, se vendo como diferentes. (...)
Isso já acontecia na África anterior à chegada européia (...) Se nós devemos ter remorso e vergonha da escravidão, também eles devem ter remorso de haverem sido cúmplices e participantes ativos da escravidão, humilhação e infindável sofrimento de seus semelhantes. Semelhantes homens, friso eu, não semelhantes negros. (...) 
Acho importante recordar isso porque estamos engolindo cada vez mais a noção de que a raça nos divide, deixando de enxergar a evidente realidade de que os negros são também os verdadeiros primeiros brasileiros e que trouxeram com eles tão importante parte da riqueza cultural, que hoje nos ornamenta e singulariza. Nós conseguimos ser e agora vivemos fazendo força para deixar de ser, num gigantesco passo atrás, o único país onde de fato a humanidade se misturou e se mistura, onde ninguém permanece "de fora" (...) 
A verdadeira fraternidade não pode restringir-se àquela entre negros e negros ou brancos e brancos, ou qualquer outras categorias limitadas. A verdadeira fraternidade há de medrar entre todos os homens e a nossa nação não é branca, nem negra, nem índia, é brasileira. Sei que há quem não goste, mas brasileiros somos, brasileiros sempre seremos e brasileiros morreremos, na nossa esplendorosa mestiçagem que, para mim, aos olhos de Deus, é o mais belo testemunho do grande milagre da Criação, que não foi raça nenhuma, foi o homem e sua consciência.
Crônica publicada no "O Globo" em 24/04/2005






Voltando ao livro, acho uma pena, repito, que não tenham selecionado crônicas sobre assuntos mais variados.
Não chego a recomendar.
[terminei em 15/07/2010]

sábado, 24 de julho de 2010

Gênesis - 3 a 10

Continuando o meu pequeno resumo sobre o livro de Gênesis...

Capítulos 4 e 5  - "... eis que o pecado jaz à porta, o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo"

O primeiro homicídio. 

Já ouvi muitas pessoas dizerem que se não fosse Adão e Eva, nós estaríamos bem...  ledo engano.  Logo a seguir a expulsão do Paraíso, Adão e Eva têm filhos e um deles, Caim, seu irmão Abel por ciúme e inveja somente, mesmo após o aviso que lhe fora dado por Deus, que transcrevi logo acima, sendo claro que Caim poderia ter-se controlado.  

(imagem: “Caim e Abel”, Simon Vouet e Pietro Novelli – Galleria Nazionale d’Arte Antica, Roma)

Capítulo 6 -  "Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito."
Deus anuncia o dilúvio.

Os erros dos homens vão se acumulando e Deus se arrepende de sua criação e decide destruir tudo com uma grande enchente.   Só que encontra, no meio de todos, um homem que lhe era fiel, Noé, e providencia uma salvação: uma arca, na qual estariam representantes de todos os animais.
Noé passa 100 anos construindo a arca juntamente com seus 3 filhos.

Capítulo 7  -  "... entraram para Noé, na arca, de dois em dois, macho e fêmea, como Deus lhes ordenara."

Acho linda essa parte, de como os animais ouvem a voz de Deus e vão sozinhos para a arca.

Na época da/do (?) Tsunami na Indonésia, vi uma reportagem que comentava que quase não eram encontrados cadáveres de animais, somente dos que estavam presos nas casas, e que algumas pessoas tinham se salvado ao resolverem seguir os animais que fugiam, antes da chegada das ondas, para o alto dos montes...

Recentemente, um homem na Holanda resolveu seguir as instruções e medidas indicadas neste capítulo e construir uma réplica da arca. No site há diversas fotos, externas e internas: http://www.pbase.com/paulthedane/noahs_ark

Quanto à questão sobre o tamanho dos animais... quem disse que todos eles eram adultos?  O texto só fala de um macho e uma fêmea de cada espécie. Dois  elefantinhos são guardados com muito mais facilidade do que um grandão... duas girafinhas... dois filhotes de tigre...

Capítulo 7 e  8 -  "Enquanto durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite."

Chove muito durante 40 dias e as águas cobrem a Terra por cerca de 10 meses.
Quando as águas baixam, a arca pára sobre a cadeia de montanhas de Ararate, na região onde, hoje, é a Turquia. (imagem)

Capítulo 9 a 10 -  "... porei nas nuvens o meu arco, será por sinal da aliança entre mim e a terra."
Deus muda algumas regras.  Agora, os animais terão medo do homem, que passa a comer carne.
Ele estabelece também que nunca mais haverá outro dilúvio e cria o arco-íris como sinal desta aliança.



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Les Bijoux de La Castafiore

Les Aventures de Tintin
Les Bijoux de La Castafiore
Hergé (1963)
Casterman (62 pág.)

Bem, já é o terceiro Tintin no ano...
Deve ser um sinal de que eu gostei.

Realmente, desse eu gostei mais que dos outros. É uma história com menos aventuras, mas bastante humor.

A cantora Bianca Castafiore chega (sem ser convidada) na casa do Capitão Haddock (que ela chama de todos os nomes possíveis... Bartock, Kappock, Koddack...) e suas jóias são roubadas, duas vezes!

Como se não fosse suficiente, um dos degraus da escadaria da casa está quebrado e quase todos os personagens sofrem com os tombos e o capitão com o marmorista, que não chega nunca...

O capitão tem um gatinho siamês, mas este quase não aparece nos desenhos... (é uma pena, eu adoro gatos!).  E, nessa história, ele se dá bem como o Milou (imagem). 

E, se você quiser saber tudo sobre Tintin, visite o ótimo site do Britto:  http://asaventurasdetintin.blogspot.com/

Lá, eu encontrei esse vídeo com a ária cantada na história pela Castafiore, que eu não resisti e copiei para cá.
(Na realidade, a ária foi composta por Gounod para a personagem Marguerita da ópera Fausto e é interpretada, nesta gravação, por Suzanna Anderson e Bengt Forsberg.)



Leia, é engraçado, eu recomendo.
[terminei em 09/07/2010]

terça-feira, 20 de julho de 2010

Gênesis - 1 a 3

É o primeiro livro da Bíblia, que fala do começo, da criação de Deus.

O nome Gênese ou Genesis, vem do latim genese e do grego génesis e quer dizer começo, início.  O livro em Hebraico é chamado pela primeira palavra do texto:  "Bereshit" que também quer dizer "no princípio, no início".

São relatos da criação e da vida dos primeiros homens que eram transmitidos de forma oral até Moisés que teria dado ordem para que fossem escritos em cerca de 1600 anos antes de Cristo.

É um livro que influenciou nossa cultura ocidental, cuja leitura é imprescindível para quem gosta de ler.  Para dar água na boca, eis um pequeno resumo das histórias narradas, capítulo a capítulo:

Capítulos 1 e 2 -  "No princípio, criou Deus os céus e a terra."

Narra a criação do universo, do homem e da mulher.  (imagem: A criação do homem de Michelangelo)

Ao contrário do que se pensa normalmente, o pecado original não tem nenhuma ligação com a relação sexual, esta não somente permitida, mas até estimulada entre o casal (Sede fecundos, multiplicai-vos... Gn 1:28 e  Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne Gn 2:24), mas sim com a desobediência (comer do fruto da árvore proibida) causada pela arrogância (... como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal Gn 3:5).

Também não é uma maçã o fruto comido por Eva e Adão. A macieira está entre nós e a árvore do conhecimento do bem e do mal continua no Éden...  A confusão vem da palavra latina "pomu/pomum" que, em português (pomo) é sinônimo de fruto, mas em algumas línguas é sinônimo de maçã (como no francês: pomme).


Capítulo 3 - "No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás."
Narra a desobediência e a expulsão do paraíso.  (imagem: Adão e Eva de Dürer)

Após terem Adão e Eva comido do fruto, Deus aparece a eles que, em vez de se arrependerem e buscarem o perdão de seus erros, atribuem a outros (inclusive a Deus) a responsabilidade pelo ocorrido:  ...A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore ... e  ... A serpente me enganou, e eu comi. Gn 3.12-13

Condenam, assim, a si mesmos e a toda a criação com eles.  (... maldita é a terra por tua causa... Gn 3:17)

continua...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Bailarina brasileira procura patrocínio


A Sabrina Vaz, bailarina, pretende participar de um concurso de dança em Córdoba e procura patrocinadores. O valor necessário não é alto, apenas R$ 4.000,00, que podem ser partilhados entre várias empresas ou pessoas.

Quem puder e quiser colaborar, entre no blog dela:
http://sabrinavaz.blogspot.com/

domingo, 18 de julho de 2010

Invictus

Invictus
2009
Direção - Clint Eastwood
Atores principais - Morgan Freeman e Matt Damon

Normalmente só falo em filmes que estejam relacionados aos livros que li... mas de onde tirei essa regra?

Gosto muito de cinema. Especialmente do cinema como era antigamente, a gente entrava quando queria, saía quando queria... via de novo o filme que tinha amado, sem precisar pagar de novo...
A última vez que fui, numa dessas salas novas, as luzes foram acesas e os faxineiros entraram na sala quando os créditos ainda estavam passando!  Como se realmente quisessem nos expulsar para que a nova turma entrasse.   Perde-se muito da magia do cinema assim.

Bom, mas desde o vídeo-cassete a gente passou a poder fazer um cineminha em casa e, ontem, minha sessão foi com este filme e gostei muito.

O nome Clint Eastwood realmente passou a ser um selo de qualidade.  A gente pode gostar mais de uns que dos outros, mas seus filmes são sempre bons, bem feitos, ele realmente conta uma história, trata de assuntos profundos de forma sensível, preza bons roteiros e boas atuações. 

Neste filme, ele apresenta um fato real, do ínicio do governo de Nelson Mandela na África do Sul, em que o país seria a sede da Copa do Mundo de Rugby e Mandela vê neste evento uma oportunidade para reforçar a noção de nação e eliminar a separação entre brancos e negros.

O DVD que aluguei trazia poucos extras, mas dava para ver o real capitão do time e seu encontro com o ator Matt Damon que o interpretou.

Muito recomendado.

[assisti em 17/07/2010]

sábado, 17 de julho de 2010

Sacolas plásticas

Sacolas plásticas

Muito bem, entrou em vigor a lei que obriga que os comerciantes estimulem o uso de outras sacolas.

Eu sei que é um assunto totalmente fora do objetivo deste blog, mas eu não me agüento...

O argumento utilizado é que as sacolas são feitas de material que não se deteriora e permanece no meio ambiente, poluindo por muitos anos.  Até aqui, De acordo!, Tudo bem!, Abaixo as sacolas!

Só que eu já aprendi na vida que as coisas não têm somente um lado...

Eu moro no Rio de Janeiro, uma das maiores e mais conhecidas cidades do planeta, que, com a enorme população fixa e flutuante, foi transformada em um canteiro de prédios altos. 

Para que a convivência nestes prédios seja razoável, são estabelecidos critérios que vão sendo ajustados com o tempo.

Quando eu era pequena (isso há muitos séculos atrás...) os prédios possuíam equipamentos para queimar o lixo.  Só que isso era perigoso (as máquinas nem sempre estavam bem e podiam causar incêndios e queimaduras nos empregados) e poluía o ar.
Como não havia sacos plásticos, a gente embrulhava o lixo em jornais velhos ou o colocava em latas de lixo laváveis até o momento de jogá-lo na lixeira. Só que o lixo jogado in natura nas lixeiras fazia uma sujeira incrível e atraía baratas e baratas e baratas (ou seja:  as enormes e as marrons e as pretinhas)....   O lixo dos prédios era colocado em latões que, ao serem recolhidos pela Comlurb também, volta e meia, sujavam as calçadas e ruas, atraindo baratas (todos os tipos) e ratos e vermes....

Assim, a Comlurb passou a exigir que os prédios colocassem o lixo em sacos plásticos e os prédios que os moradores também colocassem os seus lixos individuais em sacos, evitando a sujeira nas lixeiras.

Todo mundo com consciência ecológica, visando minorar o impacto do plástico no ambiente, reaproveitava as sacolinhas e colocava o lixo nelas.

Agora, tudo vai mudar... !?!.   Será?  Para quem?
Continuamos obrigados a ensacar o lixo, em sacos de plástico que não nos serão mais fornecidos gratuitamente pelos supermercados, mas que deveremos comprar... 

A questão que não sai da minha cabeça é:   os sacos de lixo comprados não poluem?
Eu sei, há sacos especiais que se desfazem com o tempo, mas os que são vendidos nos supermercados perto de mim são de plástico comum mesmo...
Também há várias críticas à produção destes sacos especiais, parece que são feitos de comida e as fábricas gastam muita água limpa... transformando-a em suja.


Muito bem.  Então a natureza continuará sofrendo com os sacos comprados.

Será que o objetivo desta lei não é somente transferir aos consumidores o custo das embalagens, livrando os supermercados deste ônus?
Não.... paranóia minha...


sexta-feira, 16 de julho de 2010

O Pequeno Dicionário de Moda

O Pequeno Dicionário de Moda
Christian Dior (1954)
Martins Fontes (126 pág.)

Comentários do grande costureiro sobre moda em geral, organizados em forma de dicionário.

Alguns itens ficaram muito defasados, especialmente os que se referem às peles de animais...

Mas é curioso ver como alguns conceitos, de qualquer forma, se firmaram no tempo e outros ainda seriam polêmicos.

Alguns exemplos:

... quando você segue a natureza em sua paleta de cores nunca errará muito ...

"Nenhuma mulher elegante é escrava da moda. Se uma linha específica não combina com você, ignore-a."
"Não gosto da moda enganosa, projetada apenas para o fim de publicidade. Ela pode ser chamativa, mas nunca elegante."

Sapatos:
"Nunca é demais o cuidado para escolher um sapato ... é pelos pés que se julga se uma mulher é elegante ou não  ... o mais importante é que sejam confortáveis. Sapatos desconfortáveis prejudicam o seu andar e, dessa forma, o mais lindo vestido será mal apresentado."
"saltos altos demais são vulgares e horríveis" 

Muitas mulheres ficaram conhecidas não por sua beleza, mas por seu charme - e seu único charme era o modo como caminhavam.


A grande curiosidade, para mim, foi descobrir que azeviche, palavra que somente havia ouvido antes em uma música do Ary Barroso ("Da cor do azeviche, da jabuticaba, boneca de pixe...") é uma pedra preciosa! Na realidade não é uma pedra, mas matéria orgânica fossilizada, mas vendo a foto, parece pedra, não?

Bem, o livro é curioso, mas não chego a recomendar. Hoje em dia, não acrescenta quase nada em termos de informações sobre moda.

[terminei em 29/06/2010]

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Bíblia


Já fiz mais de um post falando de minhas leituras da Bíblia, já que quando termino uma começo, logo a seguir, uma nova, mas como é um assunto inesgotável... aqui estou eu de novo.

O nome Bíblia vem do Grego e quer dizer livros, pois é o que ela é: um conjunto de vários livros escritos separadamente, por pessoas diferentes, em épocas diversas, estimando-se um intervalo de cerca de 1500/1600 anos entre o primeiro (Gênesis ou Êxodo) e o último a ser escrito (3ª Epístola de João).

Alguns destes livros, com o tempo, foram sendo reunidos em pequenos grupos, como as cartas do Apóstolo Paulo e a "Torah" judaica, composta de cinco livros que, hoje, são os primeiros do Velho Testamento, também chamados de "Pentateuco", de penta = cinco (bem, isso os brasileiros sabem bem, ainda não passamos para o hexa...) + "teûchos" (livro em latim - segundo o Aurélio).


A formação da Bíblia, ou seja, a escolha dos livros que a comporiam, foi objeto de muitos estudos e discussões, baseados na originalidade dos manuscritos, a consistência dos ensinamentos com os demais livros, bem como sua relevância, quer dizer, se não apenas repetiam o que já constava dos demais.

Assim, temos uma primeira divisão em duas partes: O Velho Testamento (os livros judaicos, referentes ao período anterior a Jesus Cristo) e o Novo Testamento (os livros cristãos - sobre a vida de Jesus e o início de sua igreja).

Quanto ao Novo Testamento, ele é exatamente o mesmo nas Bíblias protestantes, católicas e ortodoxas: 27 livros (4 evangelhos, Atos, 21 epístolas e Apocalipse).

A única divergência está no Velho Testamento. Entre os séculos III e I antes de Cristo, 70 sábios judeus, reunidos em Alexandria, teriam feito uma tradução de livros hebraicos para o Grego, tradução esta conhecida como "Septuaginta"
(imagem).
Posteriormente, no ano 90 de nossa era, no Concílio de Jâmnia, foi estabelecido o Cânone Hebraico, fixando como sagrados 39 livros, o "Tanakh".

É preciso analisar a questão com um distanciamento histórico e perceber as diferenças técnicas/tecnológicas entre nossa época e os períodos citados.  Hoje, qualquer um chega na papelaria da esquina e compra papel escolhendo entre diversas cores e qualidades, canetas de qualquer cor e tipo de tinta mas, embora seja óbvio, sempre é bom lembrar que nem sempre foi como agora.   (Eu, que não sou tão velha assim, estudei em uma escola que ainda tinha mesas antigas onde se viam  furos onde os alunos que primeiro as utilizaram podiam encaixar os "tinteiros"...)
Bom, voltando, não havia imprensa nem papel nem tinta à venda.  Os livros eram copiados à mão (porque os materiais se deterioravam e se não fossem copiados, os livros seriam perdidos), com tinta fabricada a partir de frutas e pedras moídas, escritos em peles de animais ou papéis artesanais feitos com fibras vegetais, tudo muito difícil, complicado e demorado.
(ver o blog: http://letraslivroseafins.blogspot.com/2007_04_01_archive.html)

Isso sem falar nas dificuldades de tradução...  O hebraico, após ter sido levado o povo Hebreu/Judeu para o cativeiro Caldeu/Babilônico, quase se perdeu. No tempo de Jesus, a língua oficial de Israel/Palestina era o Aramaico e não o Hebraico, língua que passou a ser dominada apenas pelos estudiosos.  (Como curiosidade, o episódio do Apóstolo Paulo que, ao ser preso, se dirige à população em Hebraico, causando surpresa, pois somente um estudioso das escrituras a conheceria - At.22). 

Daí, que a igreja, no início, utilizou a versão grega, traduzida para o latim, língua oficial da igreja durante muitos séculos.  Somente com Lutero e a reforma protestante (1517), decidiu-se utilizar o Cânone Hebraico para o Velho Testamento.

Conseqüentemente, as traduções protestantes são compostas de 66 livros e as católicas/ortodoxas de 73 livros, com alguns capítulos a mais no livro de Daniel.  (Eu já li as duas versões).

Os textos eram corridos e sua divisão em capítulos e versículos foi ocorrendo aos poucos, primeiro em seções, depois em capítulos e, finalmente, em versos/versículos.

A divisão em capítulos é atribuída, principalmente, a 3 pessoas distintas:

1 - Lanfron, arcebispo de Cantuária, século XI.
2 - Estêvão Langton, professor da Universidade de Paris, século XIII, morto em 1228.
3 - Hugo de Saint-Cheir, século XIII, falecido em 1263.

A divisão em versículos numerados teria sido feita por Roberto Estéfano, impressor francês, do Velho Testamento em 1548 (Vulgata) e do Novo Testamento em 1551.

Assim, na versão protestante, teríamos hoje:
Velho Testamento = 39 livros, 929 capítulos, 23.214 versículos
Novo Testamento = 27 Livros, 260 capítulos, 7.959 versículos
Total                    = 66 Livros, 1.189 capítulos e 31.173 versículos. 

Os primeiros trechos da Bíblia teriam sido traduzidos para o Português no séc XIII por Dom Diniz, mas a primeira tradução de maior porte (quase completa) foi do missionário João Ferreira de Almeida (1628-1691), utilizada como base de várias traduções atuais.

continua...



segunda-feira, 12 de julho de 2010

Tintin - O Lótus Azul

Les aventures de Tintin
Le Lotus Bleu (O Lótus Azul)
Hergé (1936)
Casterman (62 pág.)

Como disse antes, esta história é a continuação de "Les cigares du pharaon".

Tintin, ainda hospedado no palácio do marajá, vê um homem ser atingido pelo mesmo veneno usado pela quadrilha que ele pensava ter totalmente aniquilado.
Ele parte, então, para a China e resolve a questão.

Essa aventura realmente é mais movimentada que a anterior.

O título se refere ao nome da "casa de ópio" que Tintin visita várias vezes para desvendar a trama.  (Lótus é um segundo nome para a Papoula, flor da qual extraem o ópio e a heroina.)


Participam novamente os gêmeos policiais, que não são gêmeos, embora praticamente iguais, o que os torna mais engraçados ainda (obrigada, Britto, pela correção!), Dupond e Dupont (eu não tinha reparado que eles têm uma diferença: os bigodes), e o vilão Rastapopoulos.

Nesta história aparece, em especial, o amigo de Tintin, Tchang, inspirado em um amigo de Hergé que o ajudou com os aspectos da cultura chinesa na trama.

Se gosta de histórias em quadrinhos, leia esta, é divertida.

[terminei em 26/06/2010]

sábado, 10 de julho de 2010

Esse Mundo Tenebroso

Esse Mundo Tenebroso
(This Present Darkness)
Frank E. Peretti (1988)
trad. Wanda Assumpção
Editora Vida (418 pág.)

Muito bom. A gente começa e não larga mais o livro, até chegar à última página.

Em uma pequena cidade americana (Ashton) que vive em torno de uma faculdade, coisas estranhas começam a acontecer e os moradores antigos vão embora e são substituídos por outros, desconhecidos.  Algumas pessoas (Marshall, Berenice, Hank e outros) desconfiam de que há algo errado e se opõem aos que dominam a cidade.
Eles só não sabem o que está por trás de tudo isso que, no entanto, é revelado a nós, leitores:  uma grande batalha entre anjos e demônios pelo domínio da região e das pessoas.

Meu marido tinha lido, há muitos anos, e sempre insistia para que eu o lesse e, sabe como é, o livro estava na prateleira, a qualquer hora eu podia começar... e sempre deixava para depois.
Finalmente agora resolvi ceder e fui surpreendida, pois gostei muito, lamentei não ter lido antes.
Diverte e, ao mesmo tempo, nos faz pensar sobre o que ocorre em nosso mundo e nós não vemos.

Eu adoraria falar mais sobre o livro,  mas acho que revelar qualquer coisa a mais pode estragar a sua leitura...   Então, acredite em mim, é SUPER recomendado!

Mas vamos lá:  dois pequeninos trechos, do início, só para dar um gostinho...


"... Como uma flecha atravessa o alvo, como uma bala passa por uma tábua, ela se arremeteu porta adentro - E no mesmo instante sentiu suas entranhas se arrebentarem.  
Houve uma explosão de sufocante vapor, um último berro, e o agitar de braços e pernas que murchavam. Então nada mais houve, a não ser o mau cheiro de enxofre que se dissipava e os dois estranhos, subitamente dentro da igreja..."


"... Tivesse ele entrado de costas na casa sem se voltar, ter-se-ia poupado um insulto, e mantido seu espírito leve. Mas ele se voltou para entrar e imediatamente viu as imensas letras, negras, escorridas, pichadas na frente da casa: "VOCÊ É UM HOMEM MORTO______". A última palavra era obscena...." 


Há um "Esse mundo tenebroso - volume 2" (Piercing the darkness) que não é exatamente uma continuação do primeiro (os editores, com base no sucesso desse, resolveram repetir o nome), e já foi para a minha lista de desejos...


[terminei em 24/06/2010]

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Tintin - Os charutos do faraó

Les aventures de Tintin
Les Cigares du Pharaon (Os charutos do faraó)
Hergé (1936)
Casterman (62 pág.)

Confissões precisam ser feitas:  Eu nunca tinha lido um Tintin!
O que, para quem sempre gostou da língua francesa, era, no mínimo estranho...

Mas agora, que meus estudos da língua já me permitem ler no original e apareceu uma edição em tamanho menor, mais econômica, resolvi me iniciar na obra de Hergé.

Dei uma geral pela internet e descobri que, de todas as 24 aventuras publicadas, a que é considerada melhor pelos fãs era "O Lótus azul".  Aí você me pergunta: Mas essa é outra história!   Só que "O lótus" é continuação de "Os Charutos do Faraó" e, assim, eu precisava começar por essa, para poder entender a segunda.

Tintin é um jornalista que viaja pelo mundo acompanhado por seu fiel companheiro Milou, um fox-terrier branco, desvendando mistérios e desbaratando quadrilhas.

Nesta aventura, Tintin e Milou participavam de um cruzeiro marítimo em direção a Shangai quando encontraram um egiptologista "Philémon Siclone", meio doidinho, que está em busca da tumba de um faraó.  Eles, então, se metem em uma grande confusão envolvendo traficantes de ópio e salvam o filho do marajá de Rawhajpoutalah.  Nesta história, Tintin encontra os irmãos Dupond e Dupont e o vilão Rastapopoulos.

Não chega aos pés do Asterix, mas me divertiu.
Leia, você não perde nada.
[terminei em 19/06/2010]

terça-feira, 6 de julho de 2010

A famosa invasão dos ursos na Sicília

A famosa invasão dos ursos na Sicília (La famosa invasione degli orsi in Sicilia)
Dino Buzzati (1945)
trad. Nilson Moulin (2001)
Berlendis & Vertecchia Editores (155 pág.)

Infantil. (?)

Os ursos viviam na montanha, liderados pelo seu rei, Leôncio.
Um dia, caçadores capturam o filho do rei, Tônio.
Passa o tempo, o rei triste, e os ursos decidem partir em direção à cidade.
Após algumas batalhas, eles chegam e a tomam. 
Só que lá eles se corrompem com comidas, bebidas, jogos, etc.
Algumas aventuras depois, o rei, em seu leito de morte, aconselha os ursos a abandonar aqueles hábitos e voltar para as montanhas, onde tinham tudo o que lhes era necessário e eram livres.

Coloquei uma interrogação ao lado de infantil porque, em determinados momentos, o livro foge um pouco do seu alvo, seja pelo vocabulário utilizado, especialmente nos poemas, seja pelo enredo, às vezes um pouco confuso, seja pelos assuntos tratados.

Buzzati teria escrito a história durante a 2ª guerra e, por isso, ela guardaria semelhanças com o real.  Teria sido publicada em jornal, na época, como dois contos separados.  Isso explica a mudança de tom entre a primeira metade, mais aventuresca, e a segunda, com um maior toque de suspense. (Eu gostei mais da segunda parte.)

O livro é todo ilustrado, com belos desenhos do próprio autor e a tradução é ótima, afinal, traduzir poesia sempre me pareceu ser uma "missão impossível".  Parabéns ao Sr.Nilson Moulin.

Mas, ainda assim, não me conquistou.

[terminei em 15/06/2010]

domingo, 4 de julho de 2010

Jorge Luis Borges

Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo
(Buenos Aires, 1899 - Genebra, 1986)


Borges morou, na infância e juventude, na Suíça e na Espanha, onde começou a escrever, voltando à Argentina em 1921.
Publicou o primeiro livro em 1935.

Seu êxito internacional foi impulsionado pelo grande sucesso do livro "Cem anos de solidão" de Gabriel Garcia Marques, e suas obras mais importantes são "Ficções" e "Aleph".

Recebeu inúmeros prêmios, um deles o "Prix Formentor" partilhado com Becket.

Dizia que gostava de ler enciclopédias. No entanto, foi paulatinamente impedido de ler porque sofria de grave problema de visão (foto) sendo auxiliado em seu trabalho por sua mãe e, posteriormente, por sua segunda mulher, Maria Kodama.
Em um de seus romances, "O outro", ele se encontra com ele mesmo mais jovem e prediz: "Você ficará cego. Mas não tema nada, é como um longo fim de uma belíssima tarde de verão."
Morreu de câncer.


Citações:
"Sempre imaginei que o paraíso será uma espécie de biblioteca"

"De todos os instrumentos do homem, o mais surpreendente é, sem dúvida nenhuma, o livro."

"Publicamos para não passar a vida a corrigir rascunhos. Quer dizer, a gente publica um livro para livrar-se dele."


A prateleira comprou, há séculos (em 1987), "Ficções" e o "Livro dos Sonhos", mas não leu.... ao menos, até agora.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Os amantes de Mata Hari

Les Amants de Mata Hari
Alexandre Vialatte (1936?)
le dilettante (94 pág.)

Me fascinei pelo título e pela capa... de novo.
E me decepcionei... de novo.

Os amantes de Mata Hari, título exótico, com uma capa tão ingênua, só poderia conter uma história leve, engraçada, com ares de aventura, não?  Não.

Também não pense que é um horror.
É só uma historinha (enjoadinha) de cinco amigos entre a infância e a adolescência que se apaixonam por uma jovem de 20 anos que chega à cidade onde moram.  Eles ficam fascinados, começam a tecer suposições sobre sua vida e resolvem sequestrá-la.  Quando chegam à casa, não tinha ninguém e eles levam somente a foto da moça.


No final, passados os anos, o narrador apresenta o destino deles (mais detalhadamente de três), e da moça, claro.

É engraçado que a sinopse parece interessante, mas o texto não é. 

Uma pena.


[terminei em 14/06/2010]