sábado, 16 de março de 2013

10 Coisas que Odeio em Você

10 Coisas que Odeio em Você
Dir. Jil Junger (1999)
Julia Stiles e Heath Ledger

Como acabei de ler "A Megera Domada", soube da existência dessa nova versão filmada e fui a ela.

É a peça em versão adolecente americana, que não funcionou.

Sei que muita gente que adora o filme vai pular, mas realmente não funcionou, o que é uma pena.

Antes de ver, fiquei imaginando como teriam adaptado, para os dias de hoje, a exigência milenar de a segunda filha somente se casar depois da primeira...  E não é que o roteirista resolveu brilhantemente?  Mas, apesar disso, errou na mão no restante. A Kat tem vagos momentos de "megerice" e a Bianca, que devia ser doce e suave, é muito agressiva.  Conseqüentemente, o contraste se perde. E se perde a razão de ser da trama, do problema que move os personagens.

Na peça, ninguém queria a Catarina, por causa de seu gênio. No filme é a Kat que não quer ninguém.  São duas coisas bem diferentes.  Na peça, Catarina terroriza a vida da irmã. No filme, ela aceita sair com o Patrick para agradá-la...

E,  depois de um certo momento, o filme descamba geral, vira realmente mini-série de baile de formatura americano e abandona totalmente o enredo, vez que o Patrick parece mais domado do que a Kat no final...

O ritmo do filme é inconstante e ele só se alcançou sucesso pela grande força dos atores principais que, apesar de jovens, tinham (ele morreu) grande carisma e abraçaram com vontade os personagens.

Resumindo, continuo com a versão da Elisabeth Taylor...


[Assisti em 15/03/2012]

quarta-feira, 13 de março de 2013

Draping Basics

Draping Basics

Sally DiMarco (2010)
Fairchild (404 pág.)

Moda.

Ô livrinho chato.
Quer dizer, livrinho não, porque ele é grande, bem grande.

A autora começa cada seção com as mesmas instruções que já tinham sido apontadas na anterior, e na anterior, e na anterior...

E, embora o livro seja sobre moulage/draping, é um tal de mede, desenha, risca, que a moulage vai embora, achando tudo chato...

E o tecido escolhido para as fotos, um Vichy cor-de-rosa dói na vista!

Graças a Deus que já tinha lido o ótimo Moulage, senão ia achar que a técnica era insuportável.
Mas não é. Este livro é que é totalmente dispensável.

Não comprem e não leiam.

Em inglês.


[terminei em 03/11/2012]

segunda-feira, 11 de março de 2013

Vestindo uma época

En Habillant l'Époque
Paul Poiret (1930)
Grasset (240 pág.)

Memórias.

Paul Poiret foi um estilista francês que ditou a maneira das mulheres se vestirem na década de 1910 e influenciou as décadas seguintes.

Ele mudou a silhueta feminina, afastando o uso do espartilho ou, pelo menos, reduzindo os exageros que faziam mulheres desmaiar por falta de ar, causavam problemas na postura, impediam mulheres e, até homens, de sentar em público, etc.

Poiret e Josephine Baker
em uma festa a fantasia.


A verdade é que o espartilho continuou a existir, mesmo nos anos 20, só que de forma a achatar os seios...   Mas ele deu o tiro mortal, isso é verdade e o espartilho foi desaparecendo.

Suas roupas foram muito influenciadas pela estética russa.

O livro é muito interessante porque mostra não somente as questões de moda, mas um belo retrato da sociedade européia da época.   Isadora Duncan, Rotshchild, Josephine Baker, Payot,  e muitos outros nomes são citados.
Denise Poiret



Poiret utilizava sua mulher, Denise, como modelo vivo de suas criações (Na foto ao lado me chama a atenção a marca do bronzeado e a transparência da roupa).



Também foi responsável pela realização de festas memoráveis em Paris, em particular a "La Mille et deuxième nuit" onde todos os convidados tinham de estar a caráter, com trajes orientais e, aqueles que chegavam sem fantasia, encontravam várias à disposição.
A descrição da festa é realmente inacreditável.

A 1002ª noite...

Fez muito sucesso e ganhou muito dinheiro e sua liberalidade no gastar não teria sido um problema tão grande se a Grande Guerra de 1914 não houvesse ocorrido, quando foi obrigado a se afastar de seu negócio para atender à convocação, sendo, por óbvio, mal aproveitado.  Os militares não entendiam como ele era costureiro e não sabia costurar...
Isadora Duncan e Paul Poiret

Passado o conflito, veio o declínio.

Falido, ele ficou esquecido (como sempre acontece) e morreu pobre em 1944.

Muito bom, seja para quem se interessa por moda, seja para quem se interessa pela história do século XX.

Infelizmente, não há tradução em português.

[terminei em 31/10/2012]

sexta-feira, 8 de março de 2013

Memórias de um burro

Mémoires d'un Âne
Comtesse de Ségur (1860)
ebook (348 pág.)

Infantil.

A Condessa de Ségur teve um casamento infeliz e seu marido, que não era fiel, transmitiu a ela uma doença venérea que lhe impunha longos períodos sem voz. Não obstante, eles tiveram oito filhos e os filhos, por sua vez, geraram netos.


Foi para esses muitos netos que a Condessa, já com mais de 50 anos, começou a escrever, chegando, surpreendentemente,  a viver dos direitos autorais.

Nesse livro, ela dá a pena a Cadichon, um burro que, depois de ter ouvido duas crianças discutirem sobre suas capacidades intelectuais, decide escrever suas memórias para provar que os burros (asnos) são muito inteligentes e espirituosos.

Cadichon narra suas várias aventuras, de como foi maltratado por uns donos e, eventualmente, bem tratado por outros, até chegar à casa da avó de Henri, a quem ele dedica o livro, uma das muitas crianças com as quais ele vive (Jacques, Camille, Auguste e outros).

Ele mostra também como se tornou um burrinho azedo e agressivo e como isso fez com que ele perdesse o amor de seus donos e o respeito dos demais humanos e animais e o que ele resolveu fazer para mudar tal situação.


Uma graça de história.  Aparentemente longa para crianças, mas flui bem.  Agradou àquela que vive em mim.

Recomendado.

O texto, em francês, está disponível no site canadense: http://beq.ebooksgratuits.com/vents/segur.htm 

Como cereja no topo da sobremesa, ainda acompanhei a leitura com a gravação feita por Florent, do maravilhoso site Littérature Audio.

Com esse livro, atendi à exigência de março do Desafio Literário, de ler um livro cujo protagonista fosse um animal.

E a coincidência quis que terminasse um livro escrito por uma mulher, justamente no dia internacional da mulher.  Parabéns para nós todas!



[terminei em 08/03/2013]