Hergé (1931)
Casterman (62 pág.)
Esta história mostra claramente como os tempos (e as ideologias) mudam.
Recentemente abriu-se um processo questionando a história sob a acusação de que apresentaria uma visão distorcida do Congo, da África e dos Negros.
Não vejo motivo para isso. É só um retrato de época, de um povo colonizado, feito a sob a ótica da cultura européia, semelhante a inúmeras outras histórias e filmes.
Ora, mostrar a diferença entre culturas não importa, obrigatoriamente, em estabelecer uma gradação ou juízo de valor entre elas.
E o fato de o Tintin ser mais esperto e ágil e sortudo decorre simplesmente de ser ele o herói da história, situação que se repete em todos os outros álbuns, não tendo nada a ver com o Congo em particular.
De qualquer forma, hoje seria impensável que um personagem, mais particularmente um herói, fizesse um safari e matasse inúmeros animais selvagens.
Mas em 1931 isso era normal, e é o que Tintin faz.
Eu, particularmente, concordo com o Milou: não suporto essas cenas de matança!
[terminei em 06/10/2010]
Concordo plenamente, Miriam!
ResponderExcluirAs pessoas precisam aprender a ler as obras dentro de seu contexto, e assim deve ser feito com esse álbum. Se comparado a outras histórias de Hergé, Tintim no Congo não tem nada de mais. A sorte de Tintim não muda e sua relação com os personagens, sejam eles brancos ou negros, é praticamente a mesma. Acho que esta foi uma obra mais paternalista do que discriminatória. A maldade está nos vilões, que são brancos, norte-americanos, não nos negros como um todo...