quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A Garota de Papel

La Fille de Papier
Guillaume Musso (2010)
Pocket - 475 pág.
(em francês)

Romance.

Livro do tipo chiclete, que a gente tem dificuldade em largar.

Eu já tinha ouvido falar do autor, mas a impressão que eu tive não era boa, tipo algo bem comercial, literatura simplória.

Mas um amigo menos preconceituoso do que eu e que é especializado em livros, pessoa altamente letrada, livreiro de profissão (http://www.bonslivrosparaler.com), falou bem deste em particular e lá fui eu.

E foi realmente bom.  O livro não muda a vida de ninguém, mas é divertido, muito divertido.

Tom Boyd, um escritor de grande sucesso, namorava uma pianista também conhecidíssima no mundo todo e ela o deixa, justamente quando faltava escrever o último volume de sua trilogia.  Ele entra em depressão profunda e  seu grande amigo e empresário faz de tudo para o salvar dos remédios para dormir e da bebida.

Um desses dias em que Milo vai à casa do escritor, tentar acordá-lo desse torpor, ele leva um exemplar de um dos livros anteriores, uma edição especial, ilustrada, que precisava da autorização do autor para ser incinerada, por causa de um erro de impressão que tinha deixado metade do volume em branco, parando no meio de uma frase.

Milo obtém a autorização, mas o volume fica lá.

Durante a noite... aparece Billie Donelly.

Infelizmente não posso contar mais, senão estraga.

Mas aconselho muito, para quem quer se divertir lendo, sem preconceitos.

[terminei em 31/05/2013]

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O Pagamento

O Pagamento
Philip K. Dick (2004)
Record - 382 pág.

Contos de ficção científica.

Existem coincidências que levam a gente a conhecer novos autores. Eu ouvi falar desse autor várias vezes em um curto espaço de tempo, uma crítica de uma obra, um filme com o Matt Damon, outro com o Keanu Reeves, etc., até que encontrei esse volume em um sebo.
Comprei e li, porque tenho uma certa queda por ficção científica, mas os contos não corresponderam aos elogios da contra-capa. 

É um autor americano recente, morreu em 1982, e algumas de suas obras inspiraram os filmes: Blade Runner, Minority Report, O Vingador do Futuro e Os Agentes do Destino.


O Pagamento - Esse é o conto que deu nome ao livro e que, ao que parece, já virou filme.  Não me animei a pegá-lo.  Um homem encerra seu contrato em uma empresa e vai ao escritório receber seu pagamento.  Lá, uma secretária lhe entrega um envelope com alguns itens estranhos: um arame, um crachá, um bilhete de ônibus... Atônito, ele questiona o pagamento e verifica que ele próprio alterou o contrato para mudar o pagamento de uma certa quantia em dólares para esses badulaques.  Qual a razão?  É o que ele sai para descobrir.

Babá - Nesse ele faz uma severa crítica à indústria tecnológica e aos métodos empregados para forçar os consumidores a comprarem sempre o último modelo.  Um homem percebe que a babá-robô de seus filhos começa a apresentar avarias.  Ele resolve vigiá-la, até que percebe que outros modelos de babás-robôs, mais novos, estão atacando os mais antigos, durante a noite.

O Mundo de Jon -Em um mundo pós-destruição por uma guerra de máquinas, viajantes no tempo devem voltar ao passado para roubar uns papéis de um cientista. Na confusão, o tal cientista morre.  Ao voltar, eles descobrem que tinham evitado a guerra e seu mundo não era mais o caos que conheciam. 

Café da manhã no crepúsculo - Esse aborda uma questão interessante, sobre como as pessoas preferem as explicações que não incomodam. Família acorda, se prepara para tomar café-da-manhã e iniciar um novo dia quando percebe que, não há mais nada do lado de fora... Só poeira e fumaça. A vizinhança toda sumiu no meio de destroços e só a casa deles está de pé.

A cidadezinha - Um homem que foi rejeitado por sua família, na escola, por sua própria mulher, é demitido da empresa onde trabalhou por anos. Chega em casa e encontra a mulher com o amante.  Sem ligar para nada, vai para o porão, onde mantém um grande circuito de trem elétrico com uma réplica da cidade que ele mesmo construiu.  Irritado, ele começa a substituir os prédios dos lugares que ele não gosta por outros. E algo acontece com a realidade.

O Pai-coisa - Esse me lembra outra história qualquer.  Um menino vê pela janela seu pai conversar com outro homem, idêntico a ele. De repente, a cópia ataca o pai e suga sua vida. Depois, leva a casca vazia até a garagem e entra na casa, como se fosse o pai.  O menino finge nada ter visto e procura ajuda de seus colegas de escola, descobrindo que são seres em forma de larva que estão crescendo como casulos em uma plantação ali perto.

A cerca de cromo - Em uma sociedade do futuro espera-se o resultado de eleições entre os "Naturalistas" e os "Puristas". Antes de saber o resultado, uma família debate o assunto na hora do jantar, o filho sendo um purista, que acha que as pessoas devem ser submetidas a cirurgias para extrair glândulas de suor e para impedir o mal-hálito, enquanto o tio defende a manutenção do natural.  Os puristas vencem e o tio foge.
O pai que até então não queria saber de nada disso é quem acaba discutindo e sendo entregue aos puristas pelo próprio filho.  Mas ele prefere se deixar eliminar pela polícia a viver daquela forma.

Autofab - Para sustentar a população durante a guerra, foram criadas fábricas subterrâneas totalmente automatizadas para extrair e produzir os alimentos e os gêneros de primeira necessidade. Só que a guerra acabou e as fábricas continuam em plena operação, esgotando todos os recursos possíveis e fornecendo produtos que as pessoas não desejam...

Os dias de Pat Prafrente -  Esse é bem chatinho. Em um momento do futuro, em uma terra desolada, pessoas vivem em abrigos e passam o tempo com jogos com uma boneca, em que simulam uma vida normal para ela.

Plantão - No futuro, quando os EUA são governados por um computador gigante, o presidente é uma figura escolhida para ficar sem fazer nada, de plantão, para o caso de ser necessária. Como há muito tempo não é, escolhem sempre o funcionário mais simplório e inútil (será que tem alguma crítica nisso?). Só que a Terra é invadida por seres espaciais que destroem o computador, e é preciso que o presidente assuma. 

Uma coisinha para nós, temponautas - Esse também é bem chatinho.  Viajantes do tempo vão ao futuro e, lá, descobrem que eles morreram ao tentarem voltar para o seu tempo normal. 

As pré-pessoas - Esse é um claro manifesto contra o aborto e contra a idéia que uma pessoa possa determinar quando outra é necessária.  No futuro, as leis permitem que qualquer família que não esteja satisfeita com seu filho possa entregá-lo para "eliminação", basta que tenha até 12 anos, porque são considerados apenas "pré-pessoas".  Esse valeu o livro.

 [terminei em 14/05/2013]