sábado, 30 de julho de 2011

Livros e personalidades - 25

Émile Zola
escritor francês (1840-1902)
Autor de contos e de uma série de romances agrupados sob o nome "A saga dos Rougon-Macquart" 
entre os quais estão "A besta humana" e "Germinal".

Morreu assassinado, asfixiado juntamente com sua esposa, em sua casa (a chaminé de sua lareira fora criminosamente entupida), após provocar o descontentamento de várias figuras "importantes" ao publicar o texto "J'accuse" (Eu acuso) no qual se manifestava sobre o famoso caso Dreyfus, levantando a opinião pública.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Descreva-me um Parisiense

Dessine-moi un Parisien
Olivier Magny (2010)
Éditions 10/18 (220 pág.)

Esse livro é fruto de um blog.
Olivier Magny, francês, mantinha um blog, em inglês, sobre o modo de vida dos parisienses: "Stuff Parisians Like".

Com o sucesso, Magny foi convidado a transformar o blog em livro, e ele saiu em inglês e em francês.

O título lembra a famosa frase do "Pequeno Príncipe": "Desenhe-me um carneiro".

É engraçado, com pequenos textos sobre assuntos diversos, dissecando o comportamento dos parisienses, sempre em tom de humor.

No entanto, por ser parisiense, o autor critica, mas também elogia os conterrâneos.

É legalzinho, sendo útil especialmente para aqueles que pretendam morar, ainda que por um tempo, em Paris.
[terminei em 14/07/2011]

terça-feira, 26 de julho de 2011

O Discurso do Rei

O Discurso do Rei
dir. Tom Hooper (2010)
Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter e Guy Pearce

Filmaço!

Tudo é ótimo: história, roteiro, atuações, figurino, cenários, tudo, tudo.

O filme se passa na época da Segunda-Guerra. Colin Firth, que faz o filho mais novo do rei George V da Inglaterra, é gago e sofre quando precisa falar em público. 

Sua esposa, Elizabeth, procura um especialista (Geoffrey Rush) que começa um tratamento e uma relação próxima e conturbada com o então Duque de York.

A coisa piora quando o rei morre, seu irmão é coroado (Eduardo VIII) mas, a seguir, abdica do trono, por pretender casar com Wallis Simpson, duas vezes divorciada.

O príncipe Albert se torna, então, o rei George VI, pai da atual rainha Elizabeth.
Vem a guerra e ele precisa fazer um discurso pelo rádio para toda a nação.

Nos extras, a gente fica sabendo que o projeto já estava em andamento quando a produção encontrou o neto do Lionel Logue, que guardara os diários do avô contando detalhes sobre o tratamento, métodos e o relacionamento com o rei.

Colin Firth ganhou o Oscar, merecidamente.
Geoffrey Rush devia ter levado o seu também, mas não levou.
Helena Bonham Carter também não ganhou, mas merecia, igualmente.

Dizem que a Rainha viu e gostou.

Eu, mesmo não sendo rainha, vi, amei e pretendo ver de novo.
Recomendadíssimo.

[assisti em 23.06.11]

domingo, 24 de julho de 2011

Cyrano de Bergerac

Cyrano de Bergerac
Édmond Rostand (1897)
ebook (191 pág.)

Peça de Teatro.

Mosqueteiro hábil com a palavra e com a espada, arruma inimigos com a primeira e deles se vinga com a segunda.






A peça começa com uma grande exibição de seus talentos, em um teatro onde se encontrava a sua linda prima, Roxane, por quem é apaixonado sem jamais ter tido coragem de se revelar, por se achar muito feio, dono de um nariz enorme.

No dia seguinte, recebe um recado dela, marcando um encontro.
Cheio de esperanças, escreve uma carta que pretende entregar a ela durante a conversa, onde exibe todos os seus sentimentos.


Só que, antes que ele possa entregar a carta, ela começa a falar.

E conta que, na véspera, viu um belo jovem no teatro, por quem se apaixonou.

E, sabendo que ele é cadete na companhia de Cyrano, pede para que este o proteja, já que era hábito submeter os novos recrutas a provas de força e coragem (hábito que se mantém até hoje, com o nome de trote).
Pede, ainda, que lhe diga para escrever a ela.

Encontrando com o jovem, Christian, fica sabendo que este também está apaixonado por ela, mas não possui qualquer habilidade com as palavras.  Cyrano, então, dá a ele a carta que tinha preparada em seu bolso.

Não conto mais para não estragar a história para quem não a conhece ainda.

O Cyrano real, que inspirou o personagem



É uma obra incrível, escrita integralmente na forma rimada, criando uma história fictícia sobre um personagem real, que viveu entre 1619-1655, na cidade francesa de Bergerac.







Duas cenas ficaram antológicas e vêm sendo repetidas à exaustão:

a das variadas descrições sobre o nariz, muito engraçada;


e a do balcão em que, à semelhança de Julieta,  Roxane tem a seus pés, não um, mas dois apaixonados, um belo e o outro sensível, o primeiro que aparece e o segundo que fala em seu lugar, como um ventríloquo.

Édmond Rostand, tendo caracterizado Cyrano como um exímio espadachim, homenageia três outros famosos personagens da literatura: Scaramouche, que é citado durante o duelo, D'Artagnan que, mosqueteiro como Cyrano, aparece para o cumprimentar, ao fim do embate e Dom Quixote, a quem Cyrano é comparado, por se bater contra tudo e contra todos.


A peça foi transformada em filme várias vezes, sendo a minha versão favorita a de 1990, com Gerard Depardieu, que ficou perfeito no papel título.

Eu já conhecia a história, mas mesmo assim, tive muito prazer na leitura que, inclusive, ficou complicada em determinado ponto pelas lágrimas que me atrapalharam a visão...


Para que vocês tenham um gostinho,  separei um pequeno trecho (que eu traduzi, livremente), no qual Cyrano define um beijo e que eu achei lindo:

Um beijo, afinal de contas, o que é?
Um juramento feito mais de perto,
uma promessa mais precisa,
uma confissão que se quer confirmar,
um ponto rosa que se põe sobre o "i" do verbo amar (em Francês tem i: aimer).
É um segredo que toma a boca por orelha,
um instante de infinito que faz um som de abelha
uma comunicação tendo um gosto de flor,
uma forma de se aspirar um pouco o coração,
 e de se provar, no toque dos lábios, a alma!


Recomendado, claro.

[terminei em 13/07/2011]

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Livros e arte - 25

 
Reading in the Lane 

Theodore Robinson 
Pintor Norte-Americano (1852-1895) 

 Auto-retrato

Reading in The Valley of Arconville

 La Roche Guyon

 La Débâcle

 In the orchard

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Igualdade de sexos

Igualdade de sexos (Made in Dagenham)
dir. Nigel Cole (2010)
com Sally Hawkins e Rosamund Pike


Filme baseado em um fato real.
Nos anos 60, operárias da Ford que ganhavam menos que os operários homens, resolvem fazer greve pela igualdade de tratamento.

No final do filme aparecem imagens de época, com as operárias reais.
É bem feito, mas não passa disso.
[assisti em maio/2011]

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Vencedor

O Vencedor
dir. David O. Russell (2010)
Christian Bale, Mark Wahlberg, Amy Adams

Filme sobre boxe.
Desde Chaplin, é uma temática que, de tempos em tempos, se repete, nunca com a mesma graça, é claro.

Esse é, ou pretende ser, dramático.
Ex lutador de boxe, que enterrou sua carreira e vida nas drogas, treina seu irmão mais novo.
Só que o vício continua atrapalhando sua vida, ele acaba preso e seu irmão vai treinar com outro.
Até que chega uma luta difícil e o lutador precisa escolher entre as orientações dadas por seu novo técnico e as que recebe, ainda que pelo telefone, de seu irmão.

É baseado em uma história real e os irmãos que a inspiraram aparecem no final, durante os créditos, o que foi bem simpático.

Christian Bale, está impressionantemente abatido, a caracterização realmente faz com que ele pareça consumido pelas drogas.
O engraçado é que faz o irmão mais velho, embora seja mais novo do que o Mark Wahlberg (1974 e 1971, respectivamente), ambos filhos de uma mulher interpretada por Melissa Leo, uma atriz que nasceu em 1960, tendo o primeiro filho com 11 anos...

Eu já os vira antes em "Batman" e "O Grande Truque" (Bale), e em "Os infiltrados" (Wahlberg).

O filme ganhou dois Oscars, de ator e atriz coadjuvantes (Bale e Melissa).

Mas achei fraco.   Tem aquele visual de cidade pequena e pobre americana, com cor de terra batida, os personagens em geral são secos, agressivos, etc. 
Não me arrependi de ter visto, mas também não teria perdido nada se não visse.

[assisti em junho/2011]

sábado, 16 de julho de 2011

Os Três Mosqueteiros

Les Trois Mosquetaires
Alexandre Dumas (1844)
ebook (638 pág.)

Aventura.

Obra clássica, que misturou fatos históricos e personagens reais a intriga fictícia.

O rei Luis XIII, por ser jovem, dependia, mesmo a contra gosto, das orientações do Cardeal Richelieu que exercia o governo, embora não fosse rei.

Havia 3 tipos de guardas. Os do Cardeal, a guarda real e os Mosqueteiros do Rei.

Os mosqueteiros não se davam com os guardas do Cardeal e viviam duelando, apesar de os duelos serem proibidos.

Neste contexto, um jovem gascão parte para Paris com o sonho de se tornar mosqueteiro:  D'Artagnan. 

Já no caminho, ele começa a se meter em confusões e as aventuras vão se seguindo, até o fim do livro.

Em Paris, ele conhece Athos, Porthos e Aramis, três mosqueteiros que iriam se tornar seus mais fiéis amigos.

A história foi inicialmente publicada como novela em um jornal, e iria se chamar Athos, Porthos e Aramis. Foi o editor que sugeriu o nome que Dumas adotou, percebendo que o contraste do título com os 4 amigos contribuiria para o sucesso da trama.



O sucesso veio, e rendeu duas continuações: Vinte Anos Depois e O Visconde de Bragelone. Desse último romance, saiu a história do Homem da Máscara de Ferro.

A obra é repetidamente publicada, em sabe-se lá quantas línguas, e já gerou várias adaptações para o cinema, além de ter influenciado muitas outras obras.


Há um tempo atrás, tinha começado a lê-lo em português, mas não fui muito longe. Agora, em francês, vi que o texto é leve, nada a ver com a tradução que eu tinha, super pesada...

Se eu tivesse que escolher um só livro do autor, escolheria "O Conde de Monte-Cristo" que consegue ainda ser melhor do que esse, mas Graças a Deus ninguém precisa escolher e pode ler os dois, ambos ótimos e super recomendados.


[terminei em 06/07/2011]

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Livros e personalidades - 24

Vinícius de Moraes lendo
(poeta, compositor, diplomata - 1913-1980)

domingo, 10 de julho de 2011

Os Pilares da Terra

Os Pilares da Terra
(The Pillars of the Earth)
Sergio Mimica-Gezzan

prod. Ridley Scott (2010)

Épico-histórico.

Na realidade, não é um filme, mas uma minissérie produzida para a TV, em uma associação Alemã-Canadense, que foi agrupada em 4 DVDs.

Baseada em um best-seller de Ken Follet, a série narra as aventuras de um grupo de pessoas na idade média, tendo como pano de fundo a luta pelo trono inglês e como elo de ligação, a construção de uma catedral.

Tem sangue que não acaba mais, mas a narrativa prende a atenção. 
É bem filmada, com ótimos cenários, locação e figurinos. O elenco é bom, merecendo destaque especial o ator Ian McShane que faz o bispo/cardeal. Donald Sutherland faz uma participação no primeiro DVD.

O roteirista faz o papel de um monge, e o próprio Ken Follet aparece quando o jovem escultor procura sua família na França.

Não é maravilhoso, mas é bom, bem feito e diverte.

É bom pegar já os 4 DVDs de uma vez, porque realmente é uma história só.
Para um fim-de-semana chuvoso, cai bem.

[assisti em junho/2011]

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O Turista / Anthony Zimmer - A Caçada

O Turista
(The Tourist)

Dir. Florian Henckel (2010)
Johnny Depp e Angelina Jolie

Muita gente falara desse filme e resolvi pegá-lo. Qual a minha surpresa ao perceber, logo no início, que já conhecia a história...

Na realidade, "O Turista" é apenas a refilmagem americana de um filme francês:



Anthony Zimmer - A Caçada 
(Anthony Zimmer) 
Dir. Jérôme Salle (2005)
Sophie Marceau e Yvan Attal


Suspense e aventura.

Mulher, amante de um homem procurado, recebe um bilhete dele orientando-a a pegar um trem e se aproximar de qualquer homem sozinho cuja aparência lembrasse a dele.

Ela cumpre a determinação e o estranho se vê envolvido em uma trama complicada, sendo perseguido de todas as formas.

O tema é bom, e cada filme desenvolveu de uma forma.

O francês se passa na França, Ibiza e Alpes Suíços e o Americano, também começa na França e continua em Veneza. 

Eu, particularmente, gostei mais do francês. É claro que o segundo foi prejudicado porque eu já sabia o que ia acontecer, mas...

Angelina Jolie passa o filme todo com ares de dama etérea, sem muito envolvimento com o resto do mundo, e Johnny Depp tem personalidade muito extravagante e não convence como o professor de uma cidade pequena em férias.  Veneza é uma locação formidável, as roupas da Jolie são super bem cuidadas, aquela gargantilha do final, em particular, é uma coisa louca, mas não chegou a igualar o primeiro.

O que é incrível, porque, sem qualquer dúvida, o americano custou muito mais que o francês...

[Assisti O Turista em junho/2011
e A Caçada em 2010]

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Livros e arte - 24

Os novos talentos devem ser estimulados (assim como a leitura). 
Estas ilustrações são de uma jovem de cerca de 15/16 anos, 
que se apresenta como Sophiac : http://sophiac.deviantart.com/


sábado, 2 de julho de 2011

Aconteceu naquela noite

Aconteceu naquela noite
(It happened one night)
Dir. Frank Capra (1934)
Clark Gable e Claudette Colbert

Romance.

Na minha opinião (modesta, é claro) esse filme é o pai de todas comédias românticas.

Mocinha rica (Colbert) se apaixona por um fulano que só quer o seu dinheiro.

Obviamente o pai é contra o casamento e a prende em um iate.


Ela, que acredita nas boas intenções do rapaz, acaba fugindo, sem dinheiro algum, mergulhando no mar.





Dentro de um ônibus de viagem, ela encontra Peter Warne (Gable) e eles, obviamente, não se entendem, já que ela é muito mimada e arrogante e ele também é arrogante, embora sem ter sido mimado.

Só que a notícia de seu desaparecimento estava em todos os jornais, com a promessa do pagamento de gorda recompensa em troca de informações.
Em uma parada do ônibus, Warne, que é jornalista, vê as fotos, a reconhece e resolve fingir que a está ajudando para fazer uma matéria sensacional.

Eles brigam, brigam, brigam, mas acabam se apaixonando.


Algumas cenas são memoráveis e foram copiadas e copiadas e copiadas, à exaustão.
Infelizmente, muitas pessoas não assistem filmes em preto-e-branco e acham que cenas antigas, repetidas nos filmes atuais são novas...
(É verdade, eu já tive a experiência de tentar colocar um filme do Chaplin para uma pessoa que nunca os tinha assistido e escutei a pérola: mas é preto-e-branco!!?!!  Obviamente desisti da idéia... ela não seria capaz de entender nada do que visse...)

Mas, continuando,  tem a cena em que eles estão no meio de uma estrada tentando pegar carona;







a cena dentro do hotel, em que eles dividem o quarto com um cobertor pendurado em um varal de roupas, que eles chamam de as "Muralhas de Jericó", 





Ainda no hotel  teve a questão da camiseta, da qual eu já falara aqui.


Teve a cena em que ela foge, vestida de noiva (quantas vezes essa foi repetida????);   a cena do pai dela, também é ótima, com a questão das despesas... e por aí vai.


Capra, Colbert e Gable

O filme ganhou todos os principais Oscars de 1934: Filme, ator, atriz, diretor e roteiro adaptado.



As pessoas que entendem de cinema dizem que este filme foi inovador por usar diálogos rápidos, cenas externas, em uma época em que o som ainda era novidade nas salas de cinema, qualidades que ajudam a explicar a quantidade de prêmios.

Incrivelmente, Capra levou apenas três semanas para filmá-lo.

Colbert que não tinha gostado do filme, na hora da cerimônia estava pronta para viajar, aguardando um trem.
A equipe organizadora teve que ir ao seu encontro buscá-la.
Esse é o motivo porque recebeu o prêmio, das mãos de Shirley Temple, com roupa de viagem e não de gala.

O filme não perdeu nada com o passar do tempo. Em um primeiro momento, até se estranha o visual de ambos (aquela cintura altíssima nas calças masculinas, o penteado com ondas e cachinhos devidamente presos no local...), mas, em poucos minutos, a gente acaba vencido pelo charme dos dois.






Uma última curiosidade:  não há uma cena sequer de beijo entre eles, mas a química é permanentemente intensa...

Se você gosta de comédias românticas, veja.
Se não gosta, veja também. Dessa você vai gostar.

[assisti muuuuuitas vezes... ]