quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Admirável Mundo Novo

Admirável Mundo Novo (Brave New World)
Aldous Huxley (1932)
Globo (392 pág.)

Comprei há um tempo e meu marido resolveu ler primeiro. Ele não gostou. Aí desanimei, o livro ficou na prateleira mas acabei decidindo enfrentá-lo e gostei. Bastante até.  (Se todos gostassem do amarelo.... o que seria do azul?)

Em um mundo "do futuro", privilegia-se o consumo, as pessoas buscam prazeres imediatos, fazem tratamentos para ficarem sempre jovens, têm relações sexuais sem compromisso e, se qualquer coisa não vai bem, tomam uma droga (soma) que os traz de volta à felicidade.
Parece familiar?
Só que o livro foi publicado em 1932... quando isso ainda era realmente ficção.

Neste mundo novo, as crianças nascem de tubos de ensaio e são condicionadas desde o início de acordo com os hábitos de suas castas.
O autor faz inúmeras referências a nomes de época, como Ford (o inventor da linha de montagem), Malthus (economista que criou a idéia do controle populacional), Marx, Freud, H.G.Wells ... bem como cita inúmeras passagens de obras de Shakespeare.

Na história, todas as atividades são controladas de forma centralizada, mas há regiões do planeta que não são "economicamente viáveis" e, conseqüentemente, não são atingidas pelo desenvolvimento, sendo chamadas de "reservas de selvagens".
Gostei especialmente porque ele não contrapõe um mundo ao outro, fazendo de um a desgraça e de outro a maravilha.
Ao contrário, ele mostra como o ser humano, em geral, busca uma padronização de comportamento e os "diferentes", que não se encaixam no padrão, são perseguidos e marginalizados.

Por óbvio, serviu de base para toda a ficção científica que se seguiu.
Recomendo.

[terminei em 19/09/2010]

3 comentários:

  1. É um livro que está na minha lista há algum tempo.

    Descobri que gosto de ficção científica ao ler Feios, um "young adult" de Scott Westerfeld. Estou no segundo livro da série e o foco é exatamente essa padronização de comportamento que você citou.

    Pena que não é só nos livros que isso acontece. O simples fato de pensar sobre o que todo mundo aceita já é visto com estranheza.

    Beijos

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  2. Cíntia, eu li seu post sobre o "feios" e fiquei pensando em comprá-lo. Assim a gente vai trocando dicas... Mas sempre com a leitura da Bíblia antes e acima de tudo, não é?
    Ah, e embarquei na sua dica do postcrossing também. Hoje recebi o meu primeiro cartão.
    Grandes Beijos.

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  3. "Comprei há um tempo e meu marido resolveu ler primeiro. Ele não gostou. Aí desanimei, o livro ficou na prateleira mas acabei decidindo enfrentá-lo e gostei. Bastante até. (Se todos gostassem do amarelo.... o que seria do azul?)"

    Não gostou mesmo; ele me falou. E acrescentou que gosta do amarelo, do azul, do verde, do verm... e de você! Muito!

    Mas, fora os "gostos" e gostos não se discute, ele também recomenda esta e as demais leituras... no vernáculo.

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