sábado, 18 de setembro de 2010

O inquilino

The Lodger - A Story of the London Fog

Alfred Hitchcock
1927 - UK
filme P&B e mudo

Atores principais:  Ivor Novello e June



Embora Hitchcock já trabalhasse há algum tempo com filmes, inclusive já tendo dirigido outros, considerava este como sendo o seu primeiro filme.

A história é baseada no assassino inglês Jack Estripador que nunca foi preso.

Pois bem: mulheres louras são assassinadas por um homem alto com o rosto coberto por uma echarpe/cachecol.
Uma noite, com muito nevoeiro (fog), um homem alto e com o rosto coberto chega a uma pequena pensão, mantida por um casal e sua filha, loura, modelo de uma loja de roupas, que namora um policial.
A moça se apaixona pelo recém chegado e o policial, enciumado, resolve vigiá-lo... 

Algumas curiosidades estão ligadas à forma que o diretor utilizou para contar a história, vez que podia utilizar pouquíssimas frases e o filme era preto e branco:

1 - Na primeira cena do filme, por exemplo:  para frisar que as mulheres assassinadas eram louras, ele coloca uma atriz loura deitada em cima de um vidro e o ilumina por baixo, de forma a ressaltar os cachos louros e a filma gritando.  Logo em seguida, mostra um letreiro de um teatro piscando "Esta noite: Cachos Dourados" e um corpo de mulher sendo retirado do rio.

2 - No momento da chegada do desconhecido, ele mostra que a luz estava diminuindo e o marido pega umas moedas para colocar no "radiador/gerador".  Só que se atrapalha e demora. Nesse meio tempo, a mulher abre a porta e vê aquela figura misteriosa no escuro, saindo do meio da fumaça...




3 - Para mostrar que o homem estava inquieto, ele o faz andar em um vidro grosso, por cima da câmera, de um lado para outro.  Depois, mistura a imagem com a do lustre da sala balançando.

4 - Hitchcock preferia fazer o homem ir embora sem que se soubesse realmente se ele era ou não o assassino, mas o ator principal (um astro, na época) e o estúdio não concordaram com isso.

5 - Finalmente, como precisava de figurantes, ele aparece no filme (duas vezes!) e, assim, inaugura a tradição de suas participações.

É engraçado, hoje, ver que, por medo de não ser comprendida a história, as interpretações eram exageradas, as reações lentas, em etapas, como para mostrar o raciocínio dos personagens.

Por outro lado, sempre sou surpreendida com as roupas e a ousadia dos anos 20 em relação, inclusive, com as décadas seguintes: a personagem principal toma banho, com boa parte do corpo aparecendo, os vestidos são decotados e usados sem sutiã, nas cenas dos camarins as atrizes estão vestindo shorts bem curtinhos, os atores principais se beijam, e por aí vai.

Mas não recomendo como diversão ou passatempo.  Tem valor somente histórico, apenas para quem é louco por cinema, como curiosidade para quem gosta do Hitchcock.


[assisti em 29/08/2010]

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