sexta-feira, 14 de maio de 2010

Ana Karênina - 4

Ana Karênina
Leon Tolstoi (1877)
Editora Abril (749 pág.)

Tolstoi tem, como grande qualidade, a capacidade de dar vida a seus personagens. É como se eles saltassem do livro, com volume, cor, movimento e voz, simpatia ou antipatia. Ou seja, realmente vivos.

No entanto, embora o livro tenha recebido o nome de Ana Karenina, e ele descreva a personagem como uma mulher linda, de pele muito branca e cabelos e olhos negros, dona de uma personalidade viva, de movimentos atraentes, capaz de deixar todos os que dela se aproximam verdadeiramente atordoados, o fato é que me parece que Tolstoi não gosta dela.

Em nenhuma das três ocasiões em que eu tive contato com o livro (em idades e épocas bem diversas da minha vida, havendo cerca de 30 anos de distância entre a primeira e a última) consegui ter empatia com a personagem principal Ana e seu amado, Vronski, preferindo sempre a história paralela, da Kitty e do Liêvin e penso que isso é conseqüencia do enfoque dado pelo Autor.

É claro que, com empatia ou não, a personagem da Ana é impressionante, por sua beleza, sua habilidade para impressionar as pessoas e, ao mesmo tempo o seu enorme sofrimento ao lidar com a paixão e a rejeição da sociedade, que agrava a sua instabilidade emocional e incapacidade de viver sem ser permanentement amada e admirada.

Até mesmo sua relação com os filhos é estranha, ela ama mais o filho do homem que não amava e praticamente rejeita a filha de Vronski e, ao mesmo tempo em que compara o amor a Vronski ao do filho, se consola com uma única visita ao menino. 


Bom, a personagem já ganhou vida no balé, na ópera, no cinema e na TV.

No cinema e na TV, foi interpretada, entre outras, por Greta Garbo (duas vezes), por Vivien Leigh, Jacqueline Bisset e, recentemente, por Sophie Marceau.
Todas lindas, embora nenhuma corresponda à Ana que formei em minha mente...

Quanto ao Vronski, os da Garbo foram John Gilbert (1927) e
Fredric March (1935), o da Vivien Leigh foi Kieron Moore
o da Sophie Marceau foi Sean Bean (1997) mas...

o da Jacqueline Bisset era o Cristopher Reeves... Super-inigualável!  


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