Anton Tchekov (Tchékhov)
Tradução de Luís Martins
(em Contos Russos sel. Rubem Braga)
Conhecemos muitos escritores por ouvir falar o nome, sem ter tido oportunidade de conhecer sua obra. Era o caso de Tchekov para mim, antes deste conto. Embora o texto seja curto, foi suficiente para explicar a razão de seu nome ser tão conhecido, já que o talento transborda pelas margens. Na realidade, gosto muito dos escritores russos. Todos os que já tive a sorte de ler possuem uma profunda sensibilidade, um olhar penetrante, de forma captar o gesto, a sutileza, e, ainda, a capacidade de transmitir esses sentimentos ao leitor, através da palavra.
Neste conto, Iakov Ivanov, um pobre construtor de caixões de uma pequena cidade, vive sozinho com sua mulher, toca violino, eventualmente, em algumas festas e implica com seu vizinho, o judeu Rothschild, que toca flauta.
Resolvi ler este conto pela indicação do livro "E a história começa" que ressalta a descrição que o autor faz, logo no início:
" ... ele vivia em uma pequena isbá duma só peça, onde se amontoavam juntos ele, Marfa, o fogão, uma cama de casal, os caixões, o banco de carpinteiro e todos os utensílios do negócio."
Realmente, esta frase demonstra a pouca importância que Iakov dava a si mesmo e à mulher, colocados no mesmo nível de valor dos móveis e utensílios.
Tchekov, entretanto, é capaz de, após apresentar o personagem sob uma crosta dura e desprezível, levantar casca após casca, revelando todo o sofrimento de uma vida, que toma forma na melodia final.
Muito bom. Já faz parte dos meus favoritos.
[terminei em 04/05/2009]
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