quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Tristão e Isolda

Tristan et Iseult
anônimo (cerca de 1100)

Na realidade, trata-se de uma história que conheceu um enorme sucesso na Idade Média, sendo contada/cantada pelos trovadores da época. Foram preservados vários trechos da narrativa em várias línguas então existentes.

No início do século XX, Joseph Bédier reconstituiu uma versão "completa" da lenda a partir das versões e fragmentos que chegaram a nossos dias.

Por melhor que o trabalho tenha sido feito, a colagem ainda fica evidente e resta um pouco confusa a lógica dos acontecimentos.

O enredo influenciou todo o imaginário ocidental e é, basicamente, o seguinte:  Príncipe (Tristão) é criado como plebeu,  depois que seu pai é assassinado à traição e sua mãe (Blanchefleur) morre, desconsolada, logo após o seu nascimento.

Protegido por amigo de seu pai, ele se torna um exímio cavaleiro, capaz de grandes proezas, viaja pelo mundo e chega ao reino de seu tio, irmão de sua mãe, quando fica sabendo quem é e dos laços de sangue que os unem.

À semelhança de Davi e Golias, ele derrota e mata um Gigante de um reino vizinho que oprimia o reino de seu tio Marc.  No entanto, as flechas envenenadas lançadas pelo Gigante o atingem e, à beira da morte, com doença que o deixou desfigurado e cheirando muito mal, Tristão pede que o coloquem em um barco à deriva.

A correnteza o leva justamente ao reino de seu inimigo, onde uma bela jovem loura, de cabelos longos, Isolda, o cura com suas poções. Antes de ficar completamente restabelecido e poder ser reconhecido pelos inimigos, Tristão foge e volta ao território de seu tio.

O rei Marc é um solteirão convicto, mas seus súditos o pressionam para que encontre uma esposa.
Tristão se lembra de Isolda e parte para buscá-la.  A promessa do casamento estabelece a paz entre os dois reinos.   A mãe de Isolda, entretanto, preocupada com a felicidade da filha, entrega à serva que iria acompanhá-la um frasco com uma poção que a serva deveria servir a Isolda e seu futuro marido e faria com que os dois se amassem.

Durante a viagem, a serva se descuida do frasco.  Com o sol forte, Isolda tem sede e Tristão bebe com ela a poção.  Os dois se apaixonam perdidamente.

A narrativa se desenrola com muitas façanhas, sempre com base no conflito entre o amor e respeito que ambos sentem pelo rei Marc e a paixão que os consome.  Tristão acaba se casando com outra.

No final, Tristão é ferido por uma lança em uma batalha. À morte, envia um amigo buscar Isolda, a única que poderia curá-lo, estabelecendo com ele um código: se o navio chegasse com a vela branca, ele saberia que Isolda estava nele, se com a vela negra, que ela não quis vir.
Sua mulher, tendo ouvido a conversa, ao saber da aproximação do barco, diz a Tristão, como se de nada soubesse, que a vela era negra.
Triste, ele morre, antes da chegada de Isolda.  Ao vê-lo morto, ela morre também.

Um grande drama que, obviamente, foi transformado em ópera por Wagner.
[terminei em 23/04/2009]

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